São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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Professor recebe aumento de 30%

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Assembléia Legislativa aprovou ontem à noite, em sessão extraordinária, o aumento de 30% sobre o salário-base dos professores da rede estadual de São Paulo.
O projeto de lei, do governador Mário Covas, levou menos de uma semana para tramitar.
Ontem à tarde, os deputados realizaram um Congresso das Comissões -de Educação, de Finanças e Orçamento e de Constituição e Justiça- para avaliar o projeto e as emendas em uma reunião.
A única emenda aprovada foi do deputado Jayme Gimenez (PMDB), que retroage o aumento dos professores para o dia 16 de outubro.
Assim, já no próximo salário, pago no quinto dia útil de novembro, haverá um ganho de cerca de 15% sobre o salário-base.
Com o reajuste de 30% sobre esse salário-base, que é quanto o professor recebe descontados os abonos e gratificações, o piso salarial sobe 19,27% -de R$ 400 para R$ 477 ao mês, por 40 horas-aula semanais de trabalho.
Quando Covas tomou posse, o piso dos professores estava em R$ 280. O aumento total este ano será de 70%.
A idéia do governo é ir, aos poucos, aumentando o salário-base e diminuindo abonos, gratificações e complementações -que não contam para a aposentadoria, por exemplo.
Essa foi uma das principais reivindicações dos professores durante a greve de 23 dias letivos em maio passado.
"É um aumento ainda pequeno, que, se estivesse dentro de um política salarial de médio prazo, agradaria mais. O problema é que, pelo orçamento do ano que vem, não se percebe essa política", afirmou a deputada Bia Pardi (PT).
Presidente da Comissão de Educação, Pardi teve sua emenda, que estendia o aumento de 30% para os funcionários da rede, vetada.

Escolas-padrão
A lei aprovada ontem representa mais um golpe no programa de reforma de ensino do governo Fleury -que legou para a atual administração 1.614 escolas-padrão, com vantagens como ter coordenador pedagógico e pagar 30% a mais a quem tem dedicação exclusiva a uma escola.
Esses 30% por dedicação exclusiva (RDPE) a uma escola-padrão foram revogados ontem.
"Isso tinha que ser mantido, pois é uma forma de melhorar a educação", afirmou o deputado Cesar Callegari (PMDB), que foi um dos criadores do projeto das escolas-padrão.

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