São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Globo nega ter exclusividade de maratonas
LUIS HENRIQUE AMARAL
A informação contradiz o principal argumento que a prefeitura apresenta para justificar o pagamento, sem licitação, de R$ 1,2 milhão à emissora pela organização e transmissão da prova. "Nós temos exclusividade sobre a Maratona São Paulo, mas qualquer um pode realizar outras", disse Florisbal. Na semana passada, o secretário de Planejamento, Roberto Richter, afirmou que, "se São Paulo quisesse ter uma maratona oficial, ela teria que ser feita com a Globo, que possui autorização da Federação Internacional de Atletismo". Richter e a assessoria de imprensa da prefeitura não foram encontrados ontem à noite para comentar a resposta da Globo. Segundo Florisbal, a Rede Globo planeja realizar uma maratona há três anos. O projeto, diz ele, foi apresentado à prefeitura, que se dispôs a apoiá-lo financeiramente e com a infra-estrutura necessária. "A maratona é uma maneira de aprofundar a relação entre a Globo e a comunidade", diz. Quanto ao fato de o percurso da maratona passar pelas principais obras da gestão atual da prefeitura, Florisbal disse que o objetivo da prova era "mostrar a cidade"'. "A corrida passou pelo túnel porque ele estava sendo inaugurado e era um fato importante para a cidade", disse Florisbal, negando que o objetivo da prova tenha sido fazer propaganda de Maluf. Déficit Segundo Florisbal, a "1ª Maratona de São Paulo" trouxe déficit para a emissora. Além do R$ 1,2 milhão pago pela prefeitura, a emissora vendeu duas cotas publicitárias de patrocínio, no valor total de R$ 520 mil. A emissora vendeu ainda espaço publicitário normal, de comerciais, inclusive para o governo Paulo Maluf. Além do R$ 1,2 milhão, a prefeitura pagou pelas propagandas de suas obras -o túnel Senna e o projeto habitacional Cingapura-, veiculadas nos intervalos da transmissão da maratona. A prefeitura não disse quanto pagou por esses comerciais. Segundo a tabela publicitária da emissora, se um anunciante quisesse comprar três horas na manhã de domingo, teria que pagar R$ 3,3 milhões. O valor foi calculado a partir do preço médio do comercial de 30 segundos na emissora nesse horário. Texto Anterior: Artesão mantém tradição milenar Próximo Texto: CRONOLOGIA DA MARATONA DE MALUF Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |