São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995 |
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Depois do primeiro, não é difícil assaltar, diz preso Arrependido, afirma que ficar longe da família é preço alto KENNEDY ALENCAR
Casado e com quatro filhos, disse estar arrependido: "Não faria de novo, não vale a pena. Ficar longe da família é um preço muito alto". Afirmou que nunca cometeu outro tipo de crime. Segundo Pedro, os criminosos que conheceu morreram antes dos 30 anos ou estão presos. A seguir, trechos da entrevista: Folha - Por que você rouba bancos? Pedro - Prefiro roubar banco do que roubar um marmita (pai de família). Penso no meu pai. Não gostaria que ninguém roubasse ele. Folha - Quando você começou a roubar bancos? Qual a razão? Pedro - Comecei com 19 anos. Casei com 16 e era office-boy. Aos 18, perdi o emprego. Não tinha dinheiro para comida e não gostava de ver meus filhos chorando. Topei roubar um banco. Folha - Como foi o primeiro assalto? Pedro - Um cara me chamou. Fiquei com medo quando jogaram uma metralhadora na minha mão. A arma até engasgou na hora. Depois, vi que não era tão difícil. Folha - Você acha fácil roubar banco? Pedro - Depende do banco. Tem banco que nós pegamos no sapatinho e outros, no salseiro. Folha - O que é isso? Pedro - Sapatinho é quando a gente pega o gerente, vai até o cofre e o guarda nem vê. É fácil. Pegar no salseiro é chegar dando rajada para cima, desarmando os guardas e intimidando o pessoal. Folha - Como se planeja? Pedro - A gente vai primeiro com intenção de abrir uma conta. Depois, estuda o trajeto de fuga e o local do primeiro e do segundo pinote (troca de carros). (KA) Texto Anterior: Roubo a banco atrai criminoso 'iniciante' Próximo Texto: Assalto a carro-forte é considerado o mais difícil Índice |
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