São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Vale investe US$ 870 milhões na Alunorte

FERNANDO PAULINO NETO
ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ

Com a inauguração ontem da Alunorte, da qual a Vale do Rio Doce tem 49%, o Brasil completa o ciclo da fabricação do alumínio. Na Alunorte será fabricada alumina, estado intermediário entre o mineral bauxita e o alumínio.
A fábrica, localizada em Barcarena, a 40 quilômetros de Belém (PA), está sendo inaugurada 15 anos depois de começar a ser construída. O projeto ficou paralisado oito anos, em consequência de uma redução de caixa da Vale por conjunturas do mercado internacional de alumínio.
O investimento total é de US$ 870 milhões. Desses, US$ 300 milhões foram investidos antes da paralisação da obra. Com a fábrica já operando experimentalmente, a Vale deixou de importar alumina.
Além da Vale, através da Aluvale, os sócios no projeto são a MRN (Mineração Rio do Norte, da qual a Vale tem 40%), com 24,6%, a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), com 5,7%, e a Nippon Amazon Aluminium, do Japão, com 12,2%. Os outros 8,8% ainda estão sendo negociados com sócios minoritários.
"Estamos enterrando de vez a expressão 'o passeio da bauxita"', disse o presidente da Vale, Francisco Schettino. Até agora, a bauxita era exportada pela MBR, transformada em alumina e importada para a Albrás (no Pará) e a Valesul (no Rio).
Segundo Schettino, com a nova fábrica, a economia é de US$ 250 milhões por ano. Essa redução se deve, basicamente, ao fim dos custos de tarifas portuárias e frete.
A Alunorte deve atingir sua capacidade total de produção em 1997, com 1,1 milhão de toneladas de alumina. Até o final do ano, vão ser produzidas 258 mil toneladas. Em 1996, será produzido 1,04 milhão de toneladas.

Sorteio
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que participou da inauguração, ainda não havia embarcado no helicóptero que o levaria para Belém quando o locutor da festa pedia para ninguém sair, porque iriam começar os sorteios.
"Quem não quer ganhar uma TV em cores?", perguntava ele. Nem precisava. A maioria das cerca de 5.000 pessoas que participaram da festa estava lá para isso. E também para assistir ao show do cantor regional Marco Monteiro.
As 5.000 pessoas que vieram de cidades na microrregião de Barcarena (em um raio de 60 quilômetros da fábrica da Alunorte) foram transportadas em 80 ônibus alugados pela empresa para participar da festa de inauguração.
A informação foi dada pelo coordenador da segurança do evento, José Nonato Assunção. Ele disse que os 80 ônibus fizeram "várias viagens" para levar as pessoas para a festa.
Foram sorteadas 20 bicicletas e duas TVs em cores. Além do transporte, do show e da possibilidade de ganhar prêmios, os participantes receberam tíquete que dava direito a lanche, boné e camiseta com o logotipo da Alunorte.
O pedreiro Raimundo Nonato, de Boiatuba, disse que de sua cidade saíram cinco ônibus. "Vim por causa do prêmio e do show".

O jornalista FERNANDO PAULINO NETO viajou a Barcarena (PA) a convite da Alunorte

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