São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Segundo álbum do Oasis mostra face mais melódica da banda

ROGÉRIO SIMÕES
DA REDAÇÃO

O grupo inglês Oasis chega ao segundo álbum, "(What's the Story) Morning Glory?", mostrando que não é mais apenas uma promessa ou uma invenção dos tablóides musicais do Reino Unido.
Apesar da responsabilidade de repetir o sucesso de "Definitely Maybe" (94), Oasis fez um disco consistente, em que mostra sua face mais melódica.
Os primeiros acordes são de "Wonderwall", mas só por alguns segundos. Em seguida, surge a excelente "Hello".
"Nós vivemos nas sombras, tivemos a chance e a jogamos fora (...) E nunca será a mesma coisa, até que a vida que eu conheci venha até a minha casa e diga: olá", canta o vocalista Liam Gallagher.
"Roll with It", o primeiro single, é a mais fraca do álbum. Um rock simples, sem a força do disco de estréia. Mas com "Wonderwall", "(What's the Story) Morning Glory?" retoma seu caminho, marcado pelas baladas.
Na quarta faixa, o guitarrista Noel Gallagher, dono da banda, autor de todas as músicas, assume os vocais para comandar a bela "Don't Look Back in Anger".
A faixa comprova a influência dos Beatles sobre o álbum. Seja nas composições de Noel ou na voz de Liam, cada vez melhor e mais parecida com a de Lennon.
O novo trabalho segue com "Hey Now" e "Some Might Say" e as acústicas "Cast No Shadow" e "She's Eletric". Depois aparece o melhor rock do disco, "Morning Glory", que retoma o tom de rebeldia da banda.
Se no primeiro álbum Noel escrevia que precisava de "cigarros e álcool", em "Morning Glory" ele faz a apologia da cocaína: "Todos os seus sonhos são realizados quando você está ligado ao espelho e à lâmina de barbear".
O disco termina com "Champagne Supernova", que traz Paul Weller na guitarra.
O disco é uma prova de que o Oasis amadureceu. Talvez rápido demais, exagerando às vezes em arranjos sofisticados e perdendo parte da energia do início.
Os irmãos Noel e Liam continuam com o marketing da polêmica, que inclui infelizes declarações à imprensa. Recentemente, Noel disse que o vocalista e o guitarrista do Blur deveriam morrer de Aids.
Até agora, a arrogância da banda parece trabalhar a seu favor, já que os rapazes se tornaram uma mania no Reino Unido com pouco mais de um ano de estrada.
O fato é que não importa o que eles digam. Se continuarem compondo e tocando como em seus dois álbuns, o sucesso será mantido. Não são os Beatles, mas estão no caminho certo.

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