São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Bomba! Bomba! Bomba! São Paulo ferve e eu talho

JOSÉ SIMÃO
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Bom-dia, flor do dia! Diz que essa é a grande contribuição da Era Tucana: enquanto no resto do mundo o muro cai aqui o muro sobe. E é sempre assim: outubro ou nada! Célia Cruz, Stevie Wonder, Almodóvar e eu sem assunto? Vou mandar fechar as fronteiras. Antes que minha grana acabe. Eu não tô Ferretto. Tô ferrado. E a mostra é um filme passado num lugar esquisito falado numa língua estranha. E quem repetir bem rápido "O Ciclista de Makhmalbaf de Moshen Makhmalbaf" ganha uma permanente na fila da mostra. São Paulo ferve. E eu talho!
E olha o cartaz nos metrôs londrinos: "Ministério da Saúde da Inglaterra adverte que dez minutos de risada diária trazem mais benefícios que duas horas de malhação". Só que se eu puser uma sunga agora quem vai dar dez minutos de risada são os outros. Rarará.
Noticiário do Macaco Doido: adorei o nome daquele rockabilly baiano, Glauber Moskabilly. Maravilhoso! E adorei o nome daquele telerrepórter português Antonio Nabo. Devia ser correspondente do Agrofolha em Portugal. E adorei o novo sanduíche do "Aqui Agora: Xis Gomes-Presunto na Vala". E diz que mais um programa feminino e a Rede mulher muda de nome pra Rede Amélia. E quando a Clodovéia estrear vira Rede Mulheríssima. Ops, Mulherérrima.
E o Nelson Rubens disse que o Cauby foi convidado para um comercial de perfumes mas recusou. Também, adivinha qual o nome do perfume? Fresco. Rarará. É mole? É mole mas sobe!
E diz que o Arafat é o maior líder de sem-terra que existe. Rarará! E o Don Doca FHC continua com aquela cara de Arcebispo de Sapipoca. E adorei sua frase de efeito: a mesma caneta que nomeia é a que demite. E pro Jatene, a mesma caneta que passa o cheque é a que paga o imposto. Vai indo que eu não vou!

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