São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Base governista resiste à reforma administrativa

FHC diz que caneta que nomeia é a mesma que demite

RUI NOGUEIRA
COORDENADOR DE PRODUÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Trombadas, ameaças e bate-boca entre o Planalto e o Congresso. Este foi o saldo de mais uma semana que passou sem que o Congresso conseguisse aprovar a reforma administrativa proposta pelo governo.
A proposta ainda está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, na qual 51 parlamentares precisam dizer se é constitucional ou não. É na própria base de apoio governista -PMDB, PFL e PTB- que FHC enfrenta as maiores resistências.
FHC cobrou coerência dos aliados na terça-feira e impôs o tom de ameaça ao estranhar que partidos que têm ministérios no seu governo, como o PMDB, se dispusessem a votar contra o governo.
Em referência à prática de oferecer cargos em troca de apoio no Congresso, FHC chegou a dizer aos líderes que a caneta que nomeia é a mesma que demite.
No dia seguinte, com os parlamentares encenando um pé-de-guerra, FHC saiu atrás dos infiéis e propôs que a reforma fosse aprovada na íntegra na CCJ para, futuramente, negociar as alterações de pontos polêmicos, como o que acaba com a estabilidade.
A reação, mais uma vez capitaneada pelos pefelistas, foi propor uma alteração que amplia ainda mais a estabilidade dos atuais servidores públicos. Nesta semana, começa tudo de novo.
Com o barulho político concentrado na reforma administrativa, os ruralistas fecharam com a equipe econômica acordo para renegociar R$ 7 bilhões de dívidas dos produtores. O refinanciamento terá juros de 3% ao ano.
Como os débitos até R$ 200 mil só serão pagos a partir de 97, o governo vai emitir títulos para tapar o buraco junto aos bancos.

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