São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Só idioma fluente não garante boa colocação

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Só o idioma não basta. Quem pretende entrar na era da globalização (integração de mercados de vários países) deve assimilar também a cultura de outros países.
Por isso, em determinadas empresas no Brasil, não basta o tão requisitado inglês fluente. É preciso ter também uma vivência que só pode ser adquirida estudando ou trabalhando em outro país.
"Fica muito mais fácil obter colocação em multinacional", diz Alfredo Assumpção, 45, vice-presidente da Fesa, empresa especializada em "headhunter" (caça a talentos) da área financeira.
Economista com pós-graduação pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Assumpção traz na bagagem o cargo de diretor de recursos humanos do banco Chase Manhattan.
O curso no exterior -de especialização, reciclagem ou somente de idioma-, além de garantir pontos a mais em relação aos concorrentes em um processo de seleção, pode triplicar um salário.
"Na área financeira, é essencial que a pessoa passe pelo menos dois anos nos grandes centros financeiros do mundo", diz o vice-presidente, referindo-se a Nova York, Londres e Tóquio.
Mas a questão tem também outro lado. A convivência durante anos com uma realidade muito diferente da brasileira também pode trazer complicações.
"Agora, na época do real, a economia está mais estável. Mas, no período de inflação alta, o executivo de outro país dificilmente se adaptava", exemplifica.
O curso de especialização precisa ser muito bem escolhido -sob o risco de o profissional "queimar" uma boa oportunidade.
"A especialização tem um custo. Por isso, a pessoa precisa verificar se está de acordo com sua área", alerta Lorene de Carvalho, 41, gerente da consultoria KPMG.
"Não é bom fazer cursos no exterior só para incluir no currículo", diz ela, que é especializada em aconselhamento de carreira.

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