São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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ela trocou a bola pela voz e o violão

ANA BAN

Zélia Duncan era Zélia Cristina até pouco tempo. Apareceu perdida no meio da onda Marisa Monte, em 1989. Caiu na boca do povo depois de maio último, quando a música "Catedral" entrou na trilha sonora da novela das oito.
Zélia Cristina Gonçalves Moreira -o Duncan ela tirou da mãe- hoje lota platéias de norte a sul.
Nada aconteceu rápido para esta fluminense de Petrópolis, hoje com 30 anos. Filha de funcionários públicos, mudou para Brasília aos 6. "Lá, pude cantar nos melhores lugares, com os melhores nomes. Não havia comparações", lembra.
O interesse pela música começou aos 13, quando dividia o tempo livre entre o basquete e o violão. Até que a data de um campeonato bateu com a de um festival. Optou pelo segundo. E nunca mais parou.
Começou na profissão em 81, aos 17. Menor de idade, para cantar à noite tinha que carregar a mãe.
Em 87, foi para o Rio. "Chega uma hora que, se você não consegue crescer, desanda" explica. Fez de tudo: backing-vocal, jingles, locução de FM, até curso de teatro.
O primeiro disco veio em 89, pela Gravadora Eldorado, com pouca repercussão.
Dois anos depois, de repente surgiu convite para mostrar a voz rouca nos Emirados Árabes. Em duas semanas estava no meio do deserto: "Só tinha saído uma vez do país, para visitar um amigo no Canadá. O que me moveu foi o ato de cantar."
Voltou com a certeza de o que realmente queria. O sentimento se traduziu, ano passado, no CD "Zélia Duncan". "Catedral" foi parar na novela quase por acaso e trouxe o tão esperado sucesso. "O legal é que as pessoas que vão ao meu show conhecem o disco inteiro, não só 'Catedral'".
A.B

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