São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995 |
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Incra e MST se reúnem hoje
DA REPORTAGEM LOCAL O presidente do Incra, Francisco Graziano, reúne-se hoje, às 10h, em Sumaré (130 km a noroeste de São Paulo), com a direção nacional dos MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) para tentar um acordo amplo com os sem-terra.Pela primeira vez, o encontro será realizado em "território do MST", um assentamento de famílias camponesas. Os trabalhadores sem-terra -por intermédio de dirigentes como João Pedro Stedelli e Gilmar Mauro- vão apresentar diretamente ao governo uma agenda de 12 pontos que consideram essenciais para reduzir a violência no campo. Entre os itens da pauta do MST está a não-utilização de força policial na reintegração de posse de áreas ocupadas por sem-terra. O chefe do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deve reforçar a intenção de manter um cronograma de audiências regionais com o MST. O objetivo do governo é diminuir a tensão no campo, hoje o problema social de politicamente mais urgente do governo de Fernando Henrique Cardoso. Graziano quer colocar, frente a frente, representantes do Incra e dirigentes do MST em cada Estado em que a entidade sem-terra atua para discutir soluções para o problema fundiário. Os fazendeiros -na verdade, posseiros de terras públicas- do Pontal do Paranapanema denunciaram a "exportação de desempregados" e de sem-terra do norte do Paraná para São Paulo (leia reportagem ao lado). A Folha apurou que catadores de laranja de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo) também estão correndo para o Pontal do Paranapanema em busca de terra. Nova área O Incra recebeu na sexta-feira da Justiça Federal em São Paulo as posses das fazendas Faxinal e Matão, em Rancharia (SP). O governo assentou ali 234 famílias. Os donos alegam que as fazendas são produtivas e vão entrar com recurso contra a decisão judicial. Texto Anterior: Para produtor, Incra incentiva desrespeito à lei Próximo Texto: Direção do PT vai a confronto com esquerda Índice |
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