São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Clinton quer campanha mundial anticrime

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Bill Clinton, conclamou em seu discurso os países-membros a tomarem parte numa campanha contra o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado internacional.
Os países que são "coniventes" com o tráfico e a lavagem de dinheiro obtido com drogas foram os mais criticados.
"Sem cooperação internacional não conseguiremos desmantelar essa rede de criminosos, que está destruindo os tecidos de nossa sociedade."
Clinton sugeriu que os países que não concordem em participar da cruzada contra o tráfico de drogas sejam punidos com embargo comercial.
Ao atacar a falta de rigor dos governantes, Clinton usou como exemplo os traficantes de droga do cartel de Cali (Colômbia).
O presidente dos EUA também sugeriu que as empresas que estão envolvidas com a lavagem de dinheiro vindo do tráfico de drogas sejam investigadas e fechadas.
Ele afirmou que os EUA já estão desenvolvendo um programa de combate ao terrorismo e ao crime organizado internacional, coordenado pela secretária (ministra) da Justiça, Janet Reno.
"Algumas coisas podemos fazer por conta própria, mas para alguns assuntos, como o tráfico de drogas, a colaboração de outros países é fundamental. Não podemos resolver todos os problemas sozinhos", afirmou Clinton.
Segundo o presidente dos EUA, o secretário do Tesouro, Robert Rubin, vai expor o plano de combate ao tráfico de drogas durante encontro que reunirá líderes de todo o Ocidente, em Buenos Aires (Argentina), no mês de dezembro.
O presidente da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Iasser Arafat, elogiou ontem a atuação dos EUA e da Rússia na celebração do acordo de paz entre palestinos e israelenses.
"Os EUA e a Rússia foram co-patrocinadores de uma das maiores conquistas da paz destes 50 anos. Não devemos esquecer isso", afirmou.
Em seu discurso, Arafat insistiu para que a ONU continuasse dando prioridade à resolução dos conflitos nos territórios palestinos ocupados por Israel.
Apesar de seu discurso ter sido bastante aplaudido, Arafat continua de fora das atividades sociais organizadas pelo governo dos EUA para comemorar os 50 anos da ONU. Ele não foi convidado para o jantar de gala de sábado nem para a cerimônia que Clinton ofereceria ontem à noite.
(DF)

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