São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995 |
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Jovem morta ao furtar era viciada
RICARDO AMORIM; ANDRÉ LOZANO
Segundo a polícia, Cristiane já havia sido presa em flagrante três vezes por furto. O terceiro processo ainda está em andamento. Filha caçula de uma família de classe média do Butantã (zona oeste de São Paulo), ela começou a usar drogas há cerca de quatro anos. Usava crack havia um ano e meio, de acordo com a família. Segundo os familiares, durante esse período chegou a ser internada em "dois ou três" centros de recuperação para drogados. "Mandei-a para clínicas caríssimas, mas nada deu resultado. Ela sempre voltava para as drogas", disse a mãe, a psicóloga Marli Gaidies, 47. Para o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, 40, diretor do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes), a internação nem sempre é uma boa alternativa, pois cria uma realidade artificial onde o viciado não tem acesso à droga. "O ideal é fazer com que a pessoa consiga viver sem o vício em seu próprio meio", diz. Cristiane estava fora de casa havia um mês e sua mãe só soube da morte da filha pela imprensa. O pai, o cirurgião dentista José Luís Gaidies, muito abalado, não quis dar declarações à imprensa. Ela foi enterrada ontem às 12h no Cemitério Gethsêmani, no Morumbi (zona sul de São Paulo). Na cerimônia estavam presentes, além dos pais, três dos quatro irmãos de Cristiane, outros parentes e amigos da família. Crime Na madrugada de domingo Cristiane, acompanhada por um homem não-identificado, tentava roubar um toca-fitas de um carro estacionado na rua Frei Caneca, quando foi atingida por um tiro disparado da janela de um prédio em frente. O comerciante Ronaldo de Lima, 30, que estava em uma festa em um apartamento do prédio número 812, percebeu a tentativa de furto e disparou contra os dois, acertando a jovem. O caso foi registrado no 4º DP (Consolação) e a delegada plantonista que está dirigindo as investigações, Vânia Penezi Louzada, 34, disse que "houve excesso" por parte de Ronaldo. Na rua foram encontradas seis cápsulas de pistola 765. Louzada acredita que tenham sido disparados pelo menos 12 tiros. O comerciante ainda não se apresentou à polícia (leia texto abaixo). Texto Anterior: Leitora reclama de trânsito em avenida Próximo Texto: Comerciante atirou em garota Índice |
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