São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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Sindicatos organizam protestos contra tabela do SUS para hospitais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DAS REGIONAIS

A Federação Brasileira de Hospitais reúne seus representantes nos Estados no próximo dia 30 para decidir sobre a proposta de descredenciamento coletivo dos hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Descredenciamento é o rompimento do contrato entre o hospital e o governo. Descredenciado, o hospital pode deixar de atender gratuitamente, cabendo-lhe escolher os pacientes.
Na prática a situação é complicada. A proposta dos hospitais vale mais como ameaça, uma vez que há implicações legais no caso do descredenciamento coletivo.
O presidente da federação, Mansur José Mansur, disse que, se não forem reajustados os valores pagos pelo governo, os "hospitais continuarão fechando".
Pela tabela do governo, uma consulta médica vale R$ 2,00. A rede hospitalar quer aumento de pelo menos 40% e pede o refinanciamento de suas dívidas pelo Banco do Brasil.
As dívidas dos hospitais somam R$ 350 milhões (equivalente a metade do gasto mensal do governo com saúde).
O ministro da Saúde, Adib Jatene, afirma estar a espera da liberação de um empréstimo do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que permitiria dar um reajuste de 255% para a rede de hospitais. O empréstimo do FAT ainda não é certeza, disse Mansur.
O Sindhosp (Sindicato dos Hospitais do Estado de SP) distribuiu panfletos ontem no Estado e orientou a população a diminuir a procura por atendimento pelo SUS.
A panfletagem marcou o "Dia Nacional de Luto na Saúde", em protesto contra a tabela do SUS.
Os panfletos diziam que santas casas e hospitais estão sendo orientados a desativar aos poucos os leitos contratados com o SUS. Os hospitais do ABCD (Grande SP) participaram do protesto com faixas, cartazes e panfletos entregues aos pacientes. Na maternidade Pró-Matre, de Santo André, foram colocadas faixas para tentar sensibilizar os pacientes.

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