São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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FMI quer que Japão auxilie bancos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo japonês terá de injetar dinheiro nos pequenos bancos para resolver seus problemas de crédito e manter a confiança no sistema financeiro do país, disse ontem em Tóquio o diretor-gerente do FMI, Michel Camdessus.
"É inevitável", frisou Camdessus. Ele reafirmou que acha bom para a economia mundial que o dólar continue valorizado e o iene e o marco desvalorizados durante algum tempo.
A agência americana Moody's Investors anunciou ontem que mantém as qualificações que dá aos bancos japoneses, por crer que são "grandes demais para quebrar" e têm apoio do governo.
A agência disse que o governo está titubeante, mas sabe que terá de apoiar o setor financeiro "durante vários anos".
A informação foi difundida para compensar os boatos gerados no último dia 20, quando a agência desqualificou três bancos japoneses: o Hokkaido Takushoku, o Nippon Credit e o Chuo Trust and Banking.

Perdas
Os dez maiores bancos japoneses sofreram perdas de US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre do ano fiscal, concluído em setembro, com a queda no valor de suas ações, informaram ontem fontes do mercado.
O Banco Sakura liderou as perdas, com US$ 173,5 milhões, seguido pelo Banco Fuji, com US$ 171,7 milhões, e pelo Banco Sumitomo, com US$ 158,4 milhões.
Os lucros totais dos bancos no período não foram afetados pela queda nos valores das ações.
O presidente do Banco do Japão, Yasuo Matsushita, disse ontem que espera que os grandes bancos japoneses saiam da crise por seus próprios meios em, no máximo, três anos.
Os créditos "podres" no sistema bancário japonês somam pelo menos 3 trilhões de ienes (US$ 30 bilhões), o que equivale a 5% do total de créditos bancários. Metade deles está concentrada nos 21 maiores bancos. Alguns economistas acham que esse número pode ser maior.

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