São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995 |
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Líderes do PMDB decidem conter rebeldes
CARLOS EDUARDO ALVES
O anúncio foi feito ontem, durante visita da direção do PMDB ao ex-governador paulista Orestes Quércia, em São Paulo. "A situação de hoje prejudica a nossa relação com o governo e a sociedade", afirmou o líder da bancada peemedebista no Senado, Jáder Barbalho (PA). Embora não tornem público, o raciocínio dos caciques do PMDB é que, apresentando-se "rachado" nas votações, o cacife do partido é diminuído nas negociações por benesses do governo. A proposta de fechar questão nos próximos passos da reforma constitucional será votada pelo Conselho Político do partido. A reunião do órgão ocorrerá no máximo em um mês. O conselho é integrado por aproximadamente uma centena de peemedebistas, entre eles presidentes de diretórios regionais, governadores, líderes e ex-líderes de bancada e a atual Executiva. "Depois de tomada uma decisão, quem divergir estará na contramão partidária", disse Jáder. O líder da bancada na Câmara, Michel Temer (SP), afirmou que o fechamento de questão permitirá que o partido substitua nas comissões os deputados que não aceitem seguir as decisões da maioria. Enquanto a norma disciplinar não é oficializada, os líderes anunciaram o primeiro problema que causarão ao governo: não aceitam que, na reforma administrativa, a queda da estabilidade para o funcionalismo seja aplicada para os que já estão no serviço público. "A estabilidade deve ser modificada no futuro, não para o passado", declarou Temer. "Se o governo atropelar um direito adquirido, logo vão querer querer atropelar outros direitos adquiridos que são garantidos pela Constituição", emendou Jáder. Satisfeito com o súbito discurso oposicionista dos visitantes, Quércia atacou o presidente Fernando Henrique Cardoso. "'Quero ver o PMDB o mais longe possível de um governo cuja política econômica vai levar ao suicídio do país", bravateou o ex-governador. "A área social do Brasil está começando a sangrar". Quércia vai participar da reunião do Conselho Político na condição de ex-presidente do partido. Disse, sem convicção, que na ocasião proporá o rompimento do partido com o Palácio do Planalto. Jáder avaliou como improvável que essa tese receba o aval da maioria peemedebista. O presidente do partido, Paes de Andrade, afirmou que está convocando a reunião a pedido dos líderes. Texto Anterior: FHC defende mudança em lei Próximo Texto: Estabilidade pode ser rediscutida na CCJ Índice |
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