São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
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Informalidade marca Empório Ravioli

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A tendência de se abrirem casas com um aspecto mais informal e um cardápio mais enxuto é muito bem-vinda. A simplificação no ambiente, no serviço, no cardápio e na concepção na cozinha (o que não significa necessariamente baixar a qualidade) podem baratear os preços (o que nem sempre acontece), tornando menos assustadora a visita a restaurantes.
É nesta linha de informalidade que se situa o Empório Ravioli. O lugar é bonito, embora pequeno e sem luxos. O salão, ladeado por um balcão e por terraços, tem paredes de tijolo pintado, prateleiras com mantimentos e decoração com motivos gastronômicos, tipo latas de tomate empilhadas ou luminárias feitas com latas de óleo.
O visual e as instalações são responsabilidade do próprio dono de lá, Roberto Ravioli, 42, que antes de ser restaurateur era (e continua) arquiteto. Sua entrada profissional na área gastronômica se deu em 1990, com a abertura, com outros sócios, da Pizza Bros. e em seguida, o Bros. Ristorante.
O Empório Ravioli funciona como uma venda mesmo, particularmente de ingredientes para comida italiana (risotos e massas) e de vinhos (só da Itália), que podem ser consumidos ali, acrescidos da taxa de serviço. Mas as mesas já são disputadas por quem prefere comer e beber ali.
O cardápio é breve. Os sanduíches são simpáticos: dois deles resgatam o brasileiríssimo sanduíche de pernil, que numa das versões é temperado com alicce. Como os demais sanduíches, ele vem em pão ciabatta. Em pão francês crocante, ao velho estilo, provavelmente seria melhor, ainda mais se a carne fosse um pouco mais tenra e cortada em fatias mais finas (o que não corresponde à tradição dos botecos, mas poderia ser uma evolução).
Outro velho item resgatado é o sanduíche de bife à milanesa (com rúcula, vinagre balsâmico e maionese). Mas a seção mais alentada do cardápio é a das massas. As frescas são feitas lá mesmo, como um correto ravioli de espinafre, parmegiano e ricota com manteiga e sálvia; o tortellini de carnes (lombo, presunto e mortadela) com funghi; ou a lasanha tradicional. A única carne oferecida é o paillard, servido à milanesa com rúcula, ou com fettuccine.
O serviço é bem precário, mas pode se ajustar. É o que a casa promete -e por escrito, numa lousa do salão. É esperar para ver.

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