São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995 |
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SUSpiro A ameaça da Associação Brasileira de Hospitais de descredenciamento coletivo do SUS chama a atenção para os valores irrisórios pagos pelo governo. Por uma consulta médica, por exemplo, o SUS paga apenas R$ 2. O próprio ministro Adib Jatene reconhece isso e vem repetindo a seguinte anedota (alegórica porque na verdade quem recebe os R$ 2,00 é o hospital, que paga um salário mensal ao profissional de saúde): Um médico encontra com um engraxate e pergunta-lhe quanto cobra por cliente. Este lhe responde que cobra R$ 2,00. O médico fala então que eles eram como que colegas, pois ele recebia a mesma quantia por consulta. O engraxate retruca-lhe com um "qual nada, eu recebo à vista e, às vezes, eu ainda ganho uma caixinha". A liberação de recursos para a saúde para que pague melhor e em dia os hospitais conveniados é extremamente importante para a população, sobretudo a mais carente. A contrapartida que o Ministério da Saúde tem de dar por sua legítima reivindicação é a conquista de melhores padrões de eficiência nos hospitais públicos, onde ainda impera a cultura do desperdício, do empreguismo e da tolerância para com os profissionais relapsos. Reverter esse quadro é imperativo. Texto Anterior: Síndrome do anonimato Próximo Texto: Tequila 2, fracasso 2 Índice |
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