São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995 |
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Cultura pode modificar o padrão genético
VANESSA DE SÁ
"A descoberta do fogo, a revolução agrícola, o desenvolvimento de armas mortíferas são fatores culturais que influenciam não só a viabilidade de determinados indivíduos, mas também a sua capacidade de reprodução", diz Salzano. Segundo ele, a cultura é um atributo humano e, no estudo da evolução humana, é indispensável que ela seja levada em conta. "A evolução da cultura se desenvolve de maneira independente da evolução biológica. O inverso, entretanto, não é verdadeiro". Para ele, os resultados de Pena mostram que hoje há uma espécie de "monotonia genética" e que isso se deve ao fato de os genes dos cromossomos sexuais se comportarem de forma diferente daqueles dos outros cromossomos. "Qualquer alteração nesses cromossomos pode afetar a determinação do sexo do indivíduo em que a mudança ocorreu, prejudicando sua transmissão." Segundo ele, isso explica por que as regiões genéticas dos cromossomos X e Y (sexuais) são evolutivamente mais conservadas que a dos outros cromossomos. "É mais difícil que ocorram modificações 'neutras' nesses cromossomos, suscetíveis à influência do acaso", afirma o cientista. Segundo ele, quando se recorre ao acaso para explicar a alta frequência de um haplótipo no cromossomo Y em populações ameríndias, "isso geralmente explica nossa ignorância sobre fatores determinísticos que podem estar agindo no fenômeno". (VDSA) Texto Anterior: Cromossomos são 'casas' onde moram os genes Próximo Texto: Domingo traz destaques em festivais Índice |
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