São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Letras são pornográficas e falam de maconha

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

A mudança de gravadora não influiu no som dos Raimundos.
Segundo a banda, a WEA não reclamou nem das letras, quase todas pornográficas.
Talvez porque os últimos grupos envolvidos com escândalos tenham obtido muita publicidade e boa vendagem.
Em todo caso, a multinacional fez vista grossa para músicas como "Esporrei na Manivela", versão de uma música infantil com letra impublicável.
A maioria das músicas do grupo, contudo, é composta pelo vocalista Rodolfo, 23.
Segundo eles, as canções são "crônicas" feitas em cima de experiências vividas pelo grupo ou histórias contadas por amigos.
"A gente olha uma bundinha e resolve fazer uma música", diz Canisso para explicar a origem de "Bestinha".
As outras canções também têm origens prosaicas, como "Sereia da Pedreira".
"Foi uma broxada que dei com uma amiga quando fui comer ela dentro da kombi", conta Rodolfo.
A kombi em questão é a responsável pelos deslocamentos dos Raimundos.
Também conhecido como "kombão da queimação", o automóvel deu origem a outra música: "Pitando no Kombão", que faz alusão à maconha.
Não é a única. "Herbocinética" é direta: "Então acenda essa maconha pr'eu ficar doido doidão".
"São histórias. Não é um lance em que o bagulho tinha que tá lá", diz Rodolfo.
A droga não é uma unanimidade na banda. "Na hora do ensaio tem que parar toda hora para fumarem um, é um saco", reclama Fred.
Até por não haver concordância, o grupo afirma que não faz apologia do uso da maconha.
"A banda tá zen, triatleta, todo mundo corre, pedala e nada. Descobrimos os benefícios da alimentação natural e de acordar cedo", afirma Canisso, enquanto acaricia a pança protuberante.
(LAR)

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