São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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A hora certa; Congestionamento; Imodéstia; Sem tempo; Pedir demais; Fechando questão; Dando um gás; Raia própria

A hora certa
O grande problema dos líderes tucanos que querem aprovar logo a reeleição de FHC é o timing. Sabem que, se errarem, podem estar pondo a perder a única chance do presidente. Por isso, o leque de consultas está cada vez maior.

Congestionamento
De hoje até o fim do ano há o inconveniente de que a reeleição tramitaria no Congresso junto com o Fundo Social -vital para o governo- e atrapalharia sua votação. Na melhor das hipóteses, encareceria sua aprovação.

Imodéstia
A reeleição também não deve ser votada em janeiro: é que o Congresso, quando convocado extraordinariamente pelo presidente, só pode votar o que está na pauta da convocação. E FHC não vai incluir nela sua própria reeleição.

Sem tempo
Sobra para os tucanos entusiastas da reeleição o período de fevereiro a abril -início das convenções partidárias para a eleição municipal. Mesmo assim, estarão espremidos pelo Carnaval e pela votação das demais reformas.

Pedir demais
Não adiantou a declaração de Sarney, em Nova York, dizendo que apóia a reeleição de FHC, nem o esforço de seus auxiliares, em Brasília, para vender a tese. "Nem a Roseana Sarney acredita", resume um cacique do PFL.

Fechando questão
Na próxima reunião de cúpula, o PMDB vai tomar posição quanto à reeleição já de FHC. O objetivo é evitar que o partido, como é de praxe, se desintegre em decisões pessoais. Muitos caciques acham a reeleição extemporânea.

Dando um gás
O Planalto espera que a convocação extraordinária do Congresso em janeiro ajude a dar impulso às reformas em geral. É que os parlamentares só podem tratar dos assuntos preestabelecidos pelo governo, o que evitaria a dispersão.

Raia própria
O debate sobre a reeleição e a possibilidade de ela se estender a Maluf atrasa as articulações na sucessão paulistana. Se ele puder disputar, o PSDB não lançará um cacique, nem Tuma será candidato. Enquanto isso, Rossi corre só.

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