São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Sem-terra são presos; FSE passa na Câmara

Fundo muda de nome e é prorrogado por 18 meses

RUI NOGUEIRA
COORDENADOR DE PRODUÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso continua dando ao governo tudo que ele pede. Por 345 votos a favor, 81 contra e 5 abstenções, os parlamentares aprovaram a prorrogação do Fundo Social de Emergência, que vai vigorar por mais 18 meses e passará a chamar-se FEF (Fundo de Estabilização Fiscal).
O governo conseguiu 37 votos além do mínimo necessário. O fundo remaneja R$ 20 bilhões do dinheiro dos impostos e evita, segundo a equipe econômica, um rombo de R$ 3,8 bilhões nas contas de 96.
A tranquilidade do placar da votação, no entanto, foi embaçada por dois problemas: a votação ficou pela metade -os destaques, propostas de parlamentares que podem alterar a idéia original do governo, ficaram para esta semana- e o governo só arrancou 18 meses de prorrogação do fundo. O presidente Fernando Henrique tinha pedido prorrogação até 99.
Na mesma sessão de votação do fundo, quarta-feira, alguns parlamentares dividiram a sua atenção com outro problema: a tensão na região do Pontal do Paranapanema (SP), onde a Justiça mandou prender os líderes dos sem-terra.
Por ordem do juiz de Pirapozinho (600 km a oeste de SP), Darci Lopes Beraldo, foram presos na segunda-feira Diolinda Alves de Souza e Márcio Barreto. José Rainha Jr. e Laércio Barros também tiveram a prisão decretada, mas estão foragidos.
Mais de 160 parlamentares fizeram um abaixo-assinado pedindo a libertação dos líderes. Os advogados do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) também tiveram negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo um pedido de habeas corpus.

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