São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995 |
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Reengenharia serve à sucessão de Cid Moreira
SÉRGIO DÁVILA
A Globo resolveu levar a reengenharia a sério. Segundo declarou recentemente o diretor de jornalismo da emissora, Evandro Carlos de Andrade, o rodízio é provisório. Mas está com cara de teste do atual homem-forte. Se fosse sério, como ficaria? Nada tão diferente, foi o que mostrou a última semana. Com exceções, são como manequins os apresentadores da Globo na fórmula corrente. Viram cabides de notícias -não importa a roupa, não importa a notícia. À primeira vista, então, aceitar tal figurino pode parecer um retrocesso, principalmente para Bial e Lillian, afinal, jornalistas de verdade. Os dois teriam aposentado, pelo menos temporariamente, um diferencial que dava certo -ele, como repórter de prestígio; ela, como apresentadora de personalidade e opinião. Vestiram a duvidosa (e esgotada) armadura que a Globo exigiu e fez valer na maioria de seus noticiosos, a dos "cabeças-falantes", apresentadores impassíveis e anódinos. A armadura é bem diferente da vigente no telejornalismo norte-americano, como se vê pela TV paga. Lá, há anos, vigora a figura do âncora. Que entrevista, participa da reportagem, eventualmente faz um comentário -mais parecido, embora não exatamente igual, com o modelo inventado por Boris Casoy no "TJ Brasil". Mas o aparente passo atrás da dupla global esconde a verdadeira intenção, o verdadeiro teste: a sucessão de Cid Moreira no "Jornal Nacional". Vença Lillian, Bial ou Carlos Nascimento (que agora corre por fora), resta saber se as coisas finalmente começam a mudar. Ou continuam iguais, com um Cid Moreira de saias ou um Cid Moreira mais jovem. Texto Anterior: Clima e costumes na novela Índice |
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