São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Morte de gado gera acusações

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, NO PONTAL DO PARANAPANEMA

O fazendeiro Osvaldo Fernandes Paes, 64, e o MST trocam acusações sobre responsabilidades pela morte, por falta de alimento, de mais de 300 cabeças de gado na fazenda São Domingos, em Sandovalina (640 km a oeste de São Paulo).
A fazenda, ocupada pelos sem-terra e reivindicada na Justiça por Paes, tinha um rebanho de 1.600 cabeças de bovinos há três anos. Hoje, Paes acusa os sem-terra de desfalcar o rebanho em mais de 300 cabeças.
Segundo Paes, os sem-terra destruíram as cercas da fazenda e "muitos bois foram perdidos, alguns foram até para o Paraná, sem contar os que foram mortos pelos próprios sem-terra".
Claudemir Marques Cano, líder do MST na região, acusa Paes de "matar os animais de fome e ainda querer acusar o movimento".
Segundo Cano, na tentativa de mostrar que a fazenda era produtiva, Paes "encheu o pasto de animais. Só que eles não tinham o que comer".
A Agência Folha apurou que mais de 50 cabeças já morreram na fazenda e, cinco dias.
Em uma área cedida pelo fazendeiro Joel Amaro Mascarenhas para Paes colocar seu rebanho, vários animais agonizavam na tarde de ontem.
"Estão morrendo mesmo de fome, pois os sem-terra acabaram com meus pastos. Não consigo alugar pasto e nem vender o gado", disse o fazendeiro.

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