São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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MP designa promotor para 'fita do suborno'

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL*

O Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo já decidiu designar um promotor para acompanhar as investigações do caso da "fita do suborno".
A designação sairá até o final da semana, segundo o promotor Newton Silveira Simões Júnior.
O MP esperava somente a confirmação de que o inquérito tinha sido mesmo transferido de Ribeirão Preto para São Paulo. A confirmação chegou no final da tarde.
A função do promotor é acompanhar o inquérito policial e, ao final, decidir se denuncia à Justiça os envolvidos.
Mas ele pode também, em coloboração com os investigadores policiais, sugerir diligências e fazer solicitações à Justiça, como a quebra de sigilo bancário e fiscal e o bloqueio dos bens das pessoas envolvidas no caso.
Em São Paulo, o inquérito ficará sob a responsabilidade do delegado Jair Cesário da Silva, da divisão de comunicação social da Delegacia Geral de Polícia.
A transferência para São Paulo visa a acelerar as investigações. Em quase três semanas de inquérito, a polícia de Ribeirão Preto apenas tomou o depoimento de quatro pessoas.
A Folha revelou ontem que os principais investigadores do caso desconheciam o conteúdo da fita gravada pelo jornalista Alexandre Reis com o ex-juiz Wilson Roberto Catani, principal peça do caso.
Fita
Reis e o jornalista Luiz Carlos Briza entregaram ontem à polícia de Ribeirão Preto (319 km a norte de SP) as fitas contendo afirmações do ex-juiz Catani sobre o suposto esquema de arbitragem para favorecer o Botafogo no último Campeonato Paulista.
O material foi entregue a Adilson Massei, delegado-assistente da Delegacia Seccional de Ribeirão.
Massei afirmou que o material vai ser enviado hoje para a polícia de São Paulo, que está centralizando o inquérito.
Ontem, Massei ouviu o depoimento de Nelson Giacomine, diretor do Botafogo, citado na fita.
Catani afirma ter conversado com Giacomine sobre os cheques sem fundos que teria recebido de Laerte Alves, presidente do Botafogo, como parte do pagamento pelo esquema.
Giacomine negou a declaração. Na fita, Catani afirma ser vizinho do diretor em um condomínio no litoral de São Paulo. O dirigente confirmou ter conhecido Catani no litoral.
Massei também ouviu o depoimento de radialistas da cidade citados como testemunhas do caso. Os depoimentos também vão ser enviados à polícia de São Paulo.

*Colaborou a Folha Nordeste

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