São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995 |
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Conflito deixa pelo menos 21 feridos no PR
MÔNICA SANTANNA; JOSÉ MASCHIO
A foto do confronto entre sem-terra e PMs na desocupação da fazenda de Santa Isabel do Avaí (PR) é de 8/11, e não de 8/9, como foi informado erroneamente à pág. 1-12 ( Brasil) de 10/11 e à pág. 1-6 ( Brasil) de 12/11. A identificação correta do autor é: "Guto Costa/Diário de Nordeste". JOSÉ MASCHIO Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas num confronto ocorrido anteontem entre trabalhadores sem-terra e soldados da PM (Polícia Militar) no município de Santa Isabel do Ivaí (574 km a noroeste de Curitiba). O confronto ocorreu na fazenda Saudade, a 5 km do centro de Santa Isabel, por volta das 19h30, três horas depois de 90 policiais chegarem à fazenda para expulsar os invasores. Após a operação, a polícia pôs fogo em suas barracas. A fazenda foi ocupada na madrugada da última terça-feira por cerca de 60 famílias que estavam acampadas às margens da rodovia estadual que liga Santa Isabel a Planaltina. O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na região disse que os PMs se valeram de uma liminar de despejo concedida ao DER (Departamento de Estradas e Rodagem) do Paraná, válida para a rodovia. A Agência Folha tentou falar com a juíza por três vezes ontem à tarde, sem êxito. O MST informou que 15 sem-terra ainda não haviam aparecido na área cedida pela Prefeitura de Santa Isabel do Ivaí, onde as famílias estão acampadas. O sem-terra Olívio de Almeida é o que está em estado mais grave. Está internado. O médico Jorge Pelisson disse que ele foi atingido por dois tiros, sendo que um deles atingiu o abdômen e perfurou o intestino grosso em três partes. Os cinco sem-terra internados no hospital Santa Tereza, em Santa Isabel do Ivaí, foram atingidos por tiros nas pernas e nos pés. A fazenda Saudade tem 1.022 hectares, pertence a Deybe Mascarello e foi declarada "de interesse social para fins de reforma agrária" em 25 de março pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O chefe da Divisão Fundiária do Incra no Paraná, Walter Pozzobon, disse que a fazenda não foi desapropriada pelo órgão porque a proprietária conseguiu liminar na Justiça Federal suspendendo o ato. Texto Anterior: MS consegue empréstimo Próximo Texto: 'Atiraram nas pernas da gente' Índice |
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