São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Parecer nega habeas aos sem-terra presos

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA

O Ministério Público do Estado emitiu ontem parecer contrário à concessão de habeas corpus aos líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde o último dia 30.
O parecer avaliza a acusação de formação de quadrilha contra os líderes dos sem-terra, prevista no artigo 288 do Código Penal, e sugere a manutenção das prisões.
No parecer, de mais de 15 laudas, o MP argumenta que há direitos a serem preservados e que, independente do mérito da reforma agrária, áreas privadas e públicas foram invadidas.
A posição do MP, porém, não é definitiva. Ele pode alterar seu parecer caso surjam novas provas.
Os líderes dos sem-terra no Pontal do Paranapanema (extremo oeste do Estado) Diolinda Alves de Souza e Márcio Barreto foram presos sob acusação de formação de quadrilha, articulação de ocupações de fazendas e uso de armas.
O pedido de habeas corpus apresentado pela defesa deve ser julgado na próxima semana.
Suspensão
A decisão sobre a suspensão das prisões preventivas de Diolinda e Barreto e de José Rainha Jr. e Laércio Barbosa, que estão foragidos, deve ficar para a semana que vem.
O juiz de Pirapozinho (680 km a noroeste de São Paulo), Darci Lopes Beraldo, mandou ontem o pedido para ser analisado pelo promotor da cidade, Paulo Sérgio Ribeiro da Silva.
O pedido de suspensão das prisões foi feito pela advogada Meire Orlandini ao juiz na última segunda-feira.
O promotor Ribeiro, que pediu as prisões preventivas, vai analisar o requerimento feito pela advogada e emitir uma opinião recomendando ou não o relaxamento.

Colaborou a Agência Folha

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