São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Invasão da PM; Protesto feminino; Turismo; Estoque polêmico; Diversificação; Estadista; Cumprimento

Invasão da PM
"É revoltante como a Polícia Militar brinca com a vida das pessoas. Dizer que foi 'um sucesso' a invasão do canteiro de obras no Morumbi, resultando em quatro mortes, é tripudiar sobre a nossa inteligência."
Maurício Rudner Huertas (São Paulo, SP)

"Quero deixar registrada minha revolta contra a invasão dos PMs no canteiro da obra do Morumbi, matando inocentes trabalhadores e pobres. Se fossem pessoas da alta, de nomes conhecidos, jamais eles arriscariam a vida dos reféns."
Edelma Ribeiro (São Paulo, SP)

Protesto feminino
"Foi com imensa perplexidade que me deparei com uma reportagem na edição de 5/11 da Folha, intitulada 'Mulheres tratam corpo e mente com homens', de Lucia Martins. Sou médica, tenho 34 anos, dos quais dez de profissão, bem estabelecida no mercado de trabalho e extremamente realizada no exercício da profissão. Acho que minha indignação é consequência natural de minha condição de mulher trabalhadora e atuante. Só posso julgar o conteúdo de tal reportagem como absoluta falta de respeito a milhões de profissionais sérias e competentes. Os profissionais de má qualidade existem por motivos bastante diferentes, e facilmente escreveria reportagem de mesmo teor apenas trocando o sexo dos protagonistas."
Valéria Alves Carvalho (São Paulo, SP)

Turismo
"A propósito da reportagem 'Péssima infra-estrutura afugenta turistas', caderno Turismo de 26/10, gostaríamos de merecer, a título de direito de resposta, algumas correções pelo fato de a reportagem ter causado grande constrangimento ao povo paraense. Até parece que os olhos do repórter não conseguiram ver o espetáculo permanente que a exuberante natureza do Pará e da Amazônia oferecem. Reconhecendo a importância social e econômica do turismo, o governador Almir Gabriel está lutando para construir um novo e moderno aeroporto em Belém. Todos os que fazem turismo sabem da importância de um aeroporto moderno e confortável, menos o repórter da Folha, que critica a iniciativa. Com relação ao Ver-O-Peso, que o repórter desdenha e diz até que a cidade toda fede, pedimos vênia para citar que a feira do Ver-O-Peso tem sido divulgada no mundo todo como um cartão postal da cidade, de inegável valor cultural para todos aqueles que entendem um pouco de cultura popular neste país. Problemas de limpeza em uma grande feira não é privilégio do Pará. O Cirio de Nazaré, considerada a maior procissão religiosa do país, sequer mereceu na reportagem da Folha tratamento jornalístico como extraordinária manifestação cultural de um povo sofrido. Lamentamos que o repórter tenha contribuído mais para desinformar do que propriamente para divulgar as coisas do Pará. Na verdade, ele não alcançou o significado do Cirio de Nazaré, ao se referir à 'comilança' quando trata-se de uma época tradicionalmente conhecida como o Natal dos paraenses, em que se exibe toda a exuberância e exotismo da cozinha paraense. Lamentamos que a Folha não tenha contribuído com o esforço do governo do Pará ao dar ênfase às coisas negativas da cidade de Belém, esquecendo de divulgar tanta coisa bonita que se pode presenciar em uma festa tão emocionante."
Cesar Coimbra, diretor-presidente da Paratur -Companhia Paraense de Turismo (Belém, PA)

Resposta do jornalista Marcelo Rubens Paiva - A reportagem não deve ter causado constrangimento ao povo paraense, mas à sua elite e classe dirigente. O governo do Pará está interessado no dinheiro disponível dos ecoturistas sem controlar as queimadas, a poluição de mercúrio nos rios, o contrabando de madeira nobre e a destruição do centro velho de Belém. O governo se preocupa com o conforto nos aeroportos esquecendo-se do esgoto que corre a céu aberto e da falta de saneamento nos bairros mais pobres do santuário ecológico. Meu conselho ainda está em pé: invista o dinheiro do novo aeroporto na recuperação da cidade. Quanto ao Cirio, não sou obrigado a ver a festa com os mesmos olhos da Paratur.

Estoque polêmico
"As distribuidoras de gás de cozinha e gasolina esconderam seus estoques para especular com o produto, aproveitando-se da greve dos petroleiros, em maio passado. Essa conclusão é de um estudo do Tribunal de Contas da União, confirmando as denúncias da Federação Única dos Petroleiros. Segundo esse estudo, a Petrobrás reduziu o repasse de combustíveis em apenas 16,5% durante a paralisação, o que jamais seria suficiente para causar falta significativa de GLP e gasolina nas grandes cidades. As filas nas distribuidoras de gás e de gasolina se deveram, portanto, principalmente à ação especulativa dos empresários, e não ao movimento dos trabalhadores petroleiros. Infelizmente, a imprensa esmerou-se em culpar os trabalhadores, no mês de maio e mesmo hoje (26/10), quando, ao ser divulgado o resultado do estudo do Tribunal de Contas da União, os jornais Folha e 'O Globo' omitem a denúncia contra as distribuidoras, publicando apenas os dados que se referem à perda com gastos operacionais da Petrobrás durante a greve. Nossa dúvida é se essa omissão ocorreu por má-fé, na tentativa de prejudicar a luta dos trabalhadores, ou simplesmente por má apuração do repórter."
Sérgio Pereira dos Santos, diretor de imprensa da Federação Única dos Petroleiros (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fernando Paulino Neto - Em um relatório de seis páginas, o TCU dedica um parágrafo à denúncia contra distribuidoras. Mesmo assim, é uma menção vaga que se refere apenas a indícios. A reportagem tratou das informações mais relevantes.

Diversificação
"Tem razão o sr. Vicentinho em afirmar que os dirigentes sindicais devem 'fazer coisas novas'. Que tal trabalharem um pouquinho? Vai lhes fazer bem."
Manoel José Dias Caldeira (Santos, SP)

Estadista
"Nós do Senai-RO (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), enaltecidos com o artigo escrito pelo ilustre empresário Antonio Ermírio de Moraes, manifestamos nossa satisfação e apreço ao artigo 'Implosão catastrófica'. O empresário Antonio Ermírio de Moraes externou, em âmbito nacional, um sentimento de brasilidade seguida de uma visão de estadista nato."
José Luis Gonçalves Leitão, diretor regional do Senai (Porto Velho, RO)

Cumprimento
"Quero parabenizar o jornalista Kennedy de Alencar e o fotógrafo Moacyr Lopes pela forma clara e simples com que o primeiro fez a reportagem "Crack inverte rota de difusão das drogas" (29/10) e o segundo, pela força e beleza das fotos. Os pacientes do Projeto Phoenix, cujos nomes não posso obviamente citar, esperam ter contribuído para que outros não tenham de passar pelo mesmo que eles estão passando. É em nome de toda a equipe que agradeço."
Patrizia Donatella Streparava (são Paulo, SP)

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