São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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PIB cai 5,35% de abril a setembro

DA SUCURSAL DO RIO

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro caiu 5,35% no período de abril a setembro deste ano.
O PIB mede o total de bens e serviços produzidos no país. A queda foi de 4% de abril a junho e 1,3% de julho a setembro. Os números foram divulgados ontem pelo IBGE.
No último trimestre do ano, o IBGE estima que o PIB crescerá 2% sobre o trimestre anterior, revertendo a tendência de queda, e ficará 1% acima do mesmo período de 94, não configurando mais um quadro de recessão.
Para o ex-ministro da Fazenda Ernâni Galveas, a sequência de dois trimestres de PIB negativo configura tecnicamente que houve uma recessão no período.
Mas ele ressalva que a observação mais precisa deve ser feita no período de um ano, quando o PIB brasileiro tem variações positivas.
Para Galvêas, o governo "pisou com força demais no freio" ao adotar medidas de inibição do consumo no início do ano.
Ele entende que com o afrouxamento feito pelo mesmo governo a partir de agosto e com as perspectivas de investimentos no ano -US$ 3 bilhões só de multinacionais- o país tende a reverter a tendência recessiva.
Nos 12 meses entre outubro de 94 e setembro de 95 o PIB brasileiro apresenta crescimento de 6,3% sobre o mesmo período anterior. Nos nove primeiros meses deste ano o crescimento é de 5,3% sobre o período de janeiro a setembro de 94.
Com base nos dados atuais e nas tendências da economia, o economista Almir Cronemberger, coordenador da equipe do PIB trimestral do IBGE, calcula que no fim do ano o PIB brasileiro apresentará um crescimento de 4%.
Renda per capita
Se confirmado o crescimento de 4% este ano, a renda per capita do país (renda média de cada pessoa) crescerá 2,54%. Esse número é resultado da divisão dos 4% pelo índice de crescimento populacional ao ano do país, estimado pelo IBGE em 1,42%.
No final de 94, a renda per capita era de US$ 3,44 mil, ou R$ 2,32 mil. O PIB era de US$ 528 bilhões, ou R$ 356 bilhões.
Os números do IBGE sobre o PIB até o terceiro trimestre deste ano mostram que foi a indústria o o comércio os setores que mais sofreram com a recessão dos segundo e terceiro trimestre.
A indústria acumulou uma queda nos dois período de 11,13% e o comércio caiu 6,55%. Segundo Cronenberger, esses são justamente os dois segmentos econômicos que mais sofrem.

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