São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995 |
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Jorge Velho cobra pela destruição
AURELIANO BIANCARELLI; JAIR RATTNER
A maior biblioteca de Portugal -a Nacional de Lisboa, fundada em 1796- ainda conserva parte de seu acervo catalogado em fichas escritas à mão. É nela que se encontra a carta de Domingos Jorge Velho em que descreve o quilombo dos Palmares em 1692. Aos olhos do Conselho Ultramarino, Jorge Velho foi o responsável pela destruição de Palmares. Em 1695, um despacho do rei concede a ele o posto de mestre-de-campo do terço dos paulistas "em respeito aos merecimentos e serviços que tem feito na conquista dos Palmares". Nessa mesma época, o rei determina que Jorge Velho prossiga no combate aos negros "até se extinguirem de todo" (Arquivo da Torre do Tombo, códice 9, f. 246v). A despeito das considerações reais, Jorge Velho e os paulistas não eram bem vistos pelos pernambucanos. Carta do governador Melo de Castro de agosto de 1694 sugere ao rei que não deixe os paulistas morando em Palmares "porque causam às capitanias vizinhas mais danos do que faziam os negros levantados" (Arquivo Ultramarino, caixa 12). Em dezembro de 1697, Jorge Velho é advertido pela coroa pelos "vícios em que tão cega e barbaramente tem andado". (AB e JR) Texto Anterior: Arquivo revela que Zumbi sabia latim Próximo Texto: Metrópole recebia instruções do Brasil Índice |
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