São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995 |
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Grupo Ira! comemora 15 anos de rock
LUIZ CAVERSAN
Esta é a primeira vez que o Memorial abriga um show de rock. Ainda que involuntária, pode ser outra homenagem ao Ira! de parte da cidade em que nasceu o grupo, há 15 anos, com o nome de Subúrbio e tendo Charles Gavin (hoje nos Titãs) na bateria e Dinho no contra-baixo. O Ira! é um dos grupos de rock brasileiro com trajetória mais regular. A atual formação da banda -Nazi nos vocais, Edgard Scandurra na guitarra, Gaspa no baixo e André Jung na bateria- mantém seu estilo radical há anos, recusa-se a fazer concessões a gravadoras, tem público cativo e também muitos desafetos. A fórmula da longevidade do Ira! talvez resida na sua capacidade de estar em permanente sintonia fina com a urbe e suas contradições. Sempre a partir de um ponto de vista inconformado e, apesar dos anos, ainda jovem. Tristeza, revolta, insatisfação, tédio e os "perigos do dia-a-dia" compõem o vocabulário da banda, consolidado em seis discos (o sétimo está em processo de gravação). Já é mais de uma geração que tem na ponta da língua músicas como "Núcleo Base", "Pobre Paulista", "Flores em Você", "Gritos na Multidão" e "Dias de Luta", esta última composta em homenagem Caíto Camargo, o maior incentivador da banda em seus primeiros passos. Há quem diga que o Ira! tem se repetido nos últimos anos e isso pode ser uma meia verdade compartilhada pelos detratores de qualquer artista com muitos anos de carreira. Mas o fato é que o grupo sempre produziu rock de qualidade, unindo inventividade, "punch" e a dose de irreverência indispensável à sobrevivência desse gênero musical. Texto Anterior: Domingo musical começa cedo em SP Índice |
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