São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995 |
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Quem ganha e quem perde com a liberação
BRUNO BLECHER
Mas encontra forte resistência por parte de entidades de defesa do consumidor e, nos bastidores, pela indústria exportadora de carne. Os pecuaristas argumentam que a liberação sem restrições dessas drogas poderia injetar no setor uma renda adicional de US$ 200 milhões no prazo de três anos. Em média, o ganho de peso por animal que recebe a droga é de 12%. Para a indústria de produtos veterinários, os anabolizantes representam um mercado de US$ 15 milhões/ano. Na pior das hipóteses -se o governo restringisse o uso aos novilhos precoces, como era sua intenção original-, o potencial de faturamento seria reduzido a US$ 1 milhão/ano. A liberação, porém, poderia atrapalhar os negócios dos frigoríficos que exportam cerca de US$ 350 milhões ao ano de carne bovina à Europa. O uso de promotores de crescimento é proibido pela União Européia. Mais por um problema comercial (há excesso de carne na Europa), do que por uma preocupação sanitária. Já as entidades de defesa do consumidor condenam os anabolizantes, sob o argumento de que há incertezas quanto aos danos que eles podem causar à saúde. Esta tese, porém, é refutada por cientistas conhecidos, como o professor João Palermo Neto, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. Segundo ele, os cinco produtos que seriam liberados pelo governo não oferecem riscos à saúde, quando usados corretamente. (BB) Texto Anterior: Consumidor rejeita anabolizante no boi Próximo Texto: Resultado da pesquisa revolta fazendeiros Índice |
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