São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995
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ETs podem evitar humanos, diz astrônomo

DA "NEW SCIENTIST"

Viagem a velocidades superiores à da luz torna possível civilizações 'invisíveis' aos detectores da humanidade
Um astrônomo britânico sustenta que extraterrestres podem estar brincando de esconde-esconde com a humanidade.
Segundo Ian Crawford, do University College (Londres), se for possível viajar mais rápido que a luz, os ETs podem estar evitando contato com seres humanos.
Muitos cientistas aceitam a visão de Frank Tipler, da Universidade Tulane (EUA), segundo a qual seres humanos são a primeira inteligência da Via Láctea.
Para Tipler, sociedades mais avançadas que fizessem viagens interestelares levariam cerca de 1 milhão de anos para colonizar a galáxia, se viajassem a velocidades menores que a da luz.
Como a galáxia existe há cerca de 10 bilhões de anos e não há evidências aceitas por cientistas de ETs, não é difícil concluir que os seres humanos estão sozinhos na Via Láctea.
Mas Crawford defende, na última edição da revista da Sociedade Real de Astronomia do Reino Unido, uma outra explicação para a aparente ausência de ETs.
Segundo a "hipótese do zoológico", ETs não são vistos por adotar uma política de não-interferência, igual à do seriado "Jornada nas Estrelas", em relação a sociedades emergentes.
Eles prefeririam observar essas sociedades como se fossem espécimes em um zoológico, sem tocar.
Até agora, diz Crawford, o maior argumento contra a hipótese é a impossibilidade de supor uma política de não-interferência numa sociedade de ETs que se comunica e coloniza toda a Via Láctea.
"Se a inteligência tivesse aparecido noutro lugar da galáxia, é provável que tenha chegado a milhares de locais", diz o cientista.
Viajantes interestelares teriam -necessariamente- de entrar em comunicação uns com as outros, e isso ficaria evidente aos homens, que têm detectores de quase todo tipo de onda que venha do espaço.
"Além disso, seria impossível manter coerência social ao longo das distâncias interestelares, se mesmo uma mensagem simples levasse mais de 100 mil anos para ir de um ponto a outro da galáxia."
Mas essa objeção desaparece se for possível viajar acima da velocidade da luz, afirma o astrônomo Crawford em seu artigo.
"Ao contrário da crença popular, viagens acima da velocidade da luz não são proibidas explicitamente pela teoria da relatividade restrita de Albert Einstein", diz.
Elas poderiam, pelo menos em princípio, tornar possíveis estruturas sociais e políticas do tamanho da galáxia, como a federação do seriado "Jornada nas Estrelas".
Segundo Crawford, há vários conceitos que os extraterrestres podem usar para viajar a velocidades maiores que a da luz.
Eles poderiam usar como "atalhos" pequenos buracos no espaço, do modo imaginado por Kip Thorne e Michael Morris, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Ou então um tipo de velocidade celebrizado como "warp', descrito em pesquisa da Universidade do País de Gales (Reino Unido).
Outra possibilidade seria transformar a matéria em partículas teóricas conhecidas como "táquions", que já nascem viajando a velocidades superiores à da luz.
Embora a teoria de Einstein postule que nada pode ser acelerado até a velocidade da luz, há a possibilidade de um "táquion" já surgir em movimento, com velocidade superior à da luz.

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