São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995
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Shell terá de explicar a Major operação no país

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A empresa petrolífera anglo-holandesa Shell terá de dar explicações ao Reino Unido sobre projetos para expandir a exploração de gás natural e petróleo na Nigéria.
O escritor e poeta nigeriano executado semana passada, Ken Saro-Wiwa, afirmou diversas vezes que a Shell era culpada pela poluição ambiental na Nigéria.
A multinacional e o governo militar da Nigéria haviam firmado um acordo no valor de US$ 4,1 bilhões para explorar o gás natural no norte do país. Os trabalhos deveriam começar esta semana.
O julgamento e as execuções dos nove ativistas semana passada, porém, provocaram uma onda de protestos mundiais e restrições de venda de armas ao país.
Sanções à compra de petróleo da Nigéria ainda não foram adotadas. Na noite de anteontem, a Shell anunciou o adiamento do acordo até o final do ano.
A suspensão ocorreu após o premiê britânico, John Major, afirmar que iria discutir os planos da Shell na Nigéria e insinuar uma pressão contra o acordo.
Major quer saber quais são as obrigações contratuais firmadas entre Shell e o governo do país africano.
O premiê britânico está considerando impor novas sanções contra o regime militar nigeriano, que incluiriam as econômicas.
Segundo um porta-voz da Shell, o adiamento se deve a "razões comerciais".
"O acordo foi superado por uma série de fatores, incluindo a busca por compradores do gás."
Políticos nigerianos exilados em Londres criticaram o acordo que, segundo eles, dá total respaldo ao governo do general Sani Abacha.
A Shell nega que tenha causado danos ambientais.
Há dois anos ela suspendeu as operações na região Ogoni (sudeste da Nigéria), quando surgiu o Movimento para a Sobrevivência dos Povos Ogonis, liderado por Saro-Wiwa.

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