São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Saldo comercial é de US$ 334 mi; governo não descarta novos déficits

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial registrou saldo positivo (exportações maiores que importações) de US$ 334 milhões em outubro. O resultado é 30% menor que o de setembro, quando o superávit foi de US$ 481 milhões.
Segundo o secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros, o saldo menor se deve às importações de Natal.
"O Natal deste ano vai ser muito parecido com o do ano passado", disse, referindo-se ao aumento de consumo registrado.
Foi a partir de novembro de 94 que a balança comercial entrou em desequilíbrio. O resultado negativo acumulado de janeiro a junho de 1995 chegou a US$ 4,268 bilhões.
Para reverter esses déficits, o governo adotou medidas de contenção de consumo, como aumento de taxas de juros e de alíquotas de importação.
Em julho, registrou-se o primeiro resultado positivo, de US$ 3 milhões. De lá para cá, têm-se mantido os superávits. Com isso, o déficit acumulado até outubro caiu para US$ 3,122 bilhões.
O governo, entretanto, não tem previsões sobre os dois últimos meses do ano. Mendonça de Barros não descarta a hipótese da volta de déficits.
"O que sabemos é que não vamos ter grandes saldos, positivos ou negativos. O resultado vai ser de equilíbrio", afirmou.
Ele destacou que as exportações vêm registrando crescimentos consecutivos e atingiram um novo patamar, acima dos US$ 4 bilhões.
Mendonça de Barros disse, no entanto, que o mesmo ainda não pode ser dito sobre as importações. "Não temos números exatos para estimar em quanto ficarão as importações", disse.
Em outubro, as importações foram 10,3% maiores que em setembro, chegando a US$ 4,071 bilhões. No mesmo período, as exportações -que fecharam em US$ 4,405 bilhões em outubro- tiveram crescimento de apenas 5,71%.
Consumo
Parte do incremento das importações é explicado por Mendonça de Barros pelo aumento do consumo das faixas de menor renda.
Em outubro, os bens de consumo não duráveis (que incluem produtos vendidos em supermercados, como alimentos) tiveram importação 53,8% maiores em relação ao mesmo período de 94. Os bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, por exemplo) também subiram (+27,7%).

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