São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Boeing e McDonnel podem se fundir

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

As duas maiores empresas de construção aeronáutica dos EUA, Boeing e McDonell Douglas, se recusaram a comentar ontem reportagem do jornal "The Wall Street Journal", segundo a qual elas estudam uma fusão.
Segundo o "Journal", jornal de maior circulação e principal diário econômico do país, negociações secretas estão ocorrendo em Nova York entre executivos das duas companhias, com esse objetivo.
A fusão da Boeing com a McDonell Douglas criaria uma megaempresa com faturamento conjunto de US$ 35 bilhões em 1994, o que transformaria por completo a geopolítica do setor aeronáutico mundial.
A Boeing é a líder mundial em venda de aviões comerciais e a McDonell Douglas é uma das primeiras na área de aeronaves militares. As duas empresas também fabricam equipamentos para viagens espaciais.
A nova empresa suplantaria a atual número um do setor, a Lockheed Martin, que no ano passado faturou US$ 23 bilhões, com encomendas majoritariamente nas áreas militar e espacial.
Ela também representaria um problema para o consórcio europeu Aerobus, que vem ganhando significativas fatias de mercado.
O "Journal" enfatiza que as conversações em Nova York podem não resultar em nada, mas afirma que a simples disposição das duas empresas em se sentarem para discutir o negócio mostra que ele é viável.
A McDonnel Douglas já desprezou no passado outras abordagens da Boeing com o objetivo de fusão. Este ano, suas ações se valorizaram e ela nunca esteve em melhor posição para negociar.
Uma eventual fusão levará a milhares de demissões nas duas companhias e a denúncias de formação de truste. Ela acabaria com a competição nos EUA na área da aeronáutica civil, por exemplo.
Por isso, o negócio precisaria de aprovação do governo, que está dividido em relação ao assunto. O secretário da Defesa, William Perry, disse que, na sua perspectiva, qualquer fusão no setor é boa.
Mas a Comissão Federal de Comércio, de quem depende a aprovação, costuma ser dura em questões de truste, embora tenha aprovado sem problemas este ano outra fusão no setor, a da Lockheed com a Martin Marietta.

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