São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Clinton promete 'fechar' o governo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, prometeu vetar nova resolução do Congresso para reativar o governo se com ela vier a obrigatoriedade de se equilibrar o Orçamento federal no prazo de sete anos.
A Câmara dos Representantes (deputados) aprovou a medida ontem por 277 votos a favor e 151 contra. A aprovação do Senado estava prevista para a noite.
O governo federal dos EUA está parcialmente paralisado desde terça-feira passada, quando expirou o prazo legal para ele funcionar sem Orçamento aprovado para o ano fiscal em curso.
Clinton tem um plano para equilibrar o Orçamento em dez anos e disse que não pode aceitar nenhuma imposição do Congresso que implique cortes em benefícios da previdência social, educação ou proteção do ambiente.
"Eu não vou fazer isso nem agora nem em 90 dias, nem em 180 dias. Se for preciso, o governo fica fechado até a próxima eleição (novembro de 1996), e, então, deixem o povo americano decidir", afirmou o presidente Bill Clinton.
A Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, vai examinar na próxima segunda-feira a possibilidade de chamar de volta ao trabalho funcionários da Previdência Social e do Departamento de Veteranos.
O acúmulo de novos pedidos de inscrição na previdência e de revisões nos benefícios de veteranos poderá tornar inviável seu processamento caso a paralisação parcial do governo se prolongue.
Clinton cancelou sua viagem ao Japão, inicialmente prevista para ontem. O vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, o representará na reunião de cúpula do fórum econômico dos países do Pacífico, em Osaka.
O presidente da Câmara, Newt Gingrich (do Partido Republicano), disse que os 48 votos de parlamentares do Partido Democrata (de Clinton) a favor da resolução aprovada ontem mostram que é possível derrubar o veto do presidente Clinton.
São precisos 289 votos na Câmara para rejeitar um veto presidencial. No Senado, entretanto, onde a maioria da oposição é pequena (54 a 46), as chances de dois terços votarem contra o veto são escassas.
A Justiça Trabalhista ainda não julgou a ação movida pelo sindicato dos funcionários públicos federais com o objetivo obrigar o governo a recolocar no trabalho seus 800 mil empregados considerados não-essenciais.

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