São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995
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Planalto exige maior controle sobre aliados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai deixar para os líderes partidários a responsabilidade de evitar dissidências na comissão especial que analisa a reforma administrativa. A estratégia é evitar a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso nas pequenas negociações parlamentares.
Entre os titulares da comissão especial, estão, pelo menos, três deputados que deram dor de cabeça ao governo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), primeira etapa do processo.
Régis de Oliveira (PFL-SP), Vicente Cascione (PTB-SP) e Gerson Peres (PPB-PA) consideraram inconstitucional o fim da estabilidade do servidor público, nos moldes da proposta do governo.
Depois de muita resistência e com a pressão de FHC, Oliveira votou a favor do governo.
"O presidente não é baby-sitter. Não dá para ficar quatro anos sendo babá de deputado, telefonando a eles em cada votação", disse o vice-líder do PSDB na Câmara, Arthur Virgílio Neto (AM).
Segundo Virgílio Neto, os líderes dos partidos aliados (PFL, PMDB, PSDB, PTB, PPB e PL) serão os responsáveis pelos votos na comissão. Ele defendeu a troca imediata do integrante que não estiver afinado com a reforma.
"Os líderes têm de procurar fechar questão (quando todos são obrigados a votar de acordo com a posição da maioria da bancada) nas votações", disse o tucano.
Na escolha de Régis de Oliveira para a comissão, o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), afirmou que prestava uma "homenagem" a ele. Segundo o líder, seu colega teve prejuízos políticos por suas posições na CCJ.
O líder do PTB, Nelson Trad (MS), afirmou que indicou Cascione para "prestigiar a individualidade do deputado".

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