São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Santo André é o ideal para não fazer nada

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Aposta certa de tranquilidade e muita classe nesse verão é Santo André, uma pequena vila isolada do resto da costa por dois braços de rio -que revela uma das praias mais bonitas e exclusivas do litoral sul da Bahia.
A vila tem sido destino certo de estrangeiros, artistas e descolados do eixo Rio-São Paulo que buscam privacidade, "dolce far niente" e cenários deslumbrantes a menos de 30 quilômetros dos agitos e badalos da saturada Porto Seguro.
A partir de Porto, ao invés de seguir para o sul, em direção a Trancoso e Arraial D'Ajuda, faça um giro de 180 graus e rume para o norte, buscando a histórica cidade de Santa Cruz Cabrália.
Ali, é só tomar uma balsa (a travessia leva dez minutos) para estar nos domínios de Santo André.
O cotidiano em Santo André é o que se pode chamar de "preguiçoso". Acordar tarde, tomar demorados cafés à beira-mar e dividir o dia entre caminhadas na praia e muita leitura sob a sombra das palmeiras é o que "movimenta" os turistas.
Passeios de caiaque subindo os rios ou viagens de catamarã até um atol (recife de coral) a cerca de duas horas da praia são alguns dos passeios mais interessantes.
Santo Antônio, vilarejo ao norte de Santo André que só pode ser alcançado pela travessia de uma segunda valsa, é outra viagem no tempo. Parece que nada mudou ali nos últimos 50 anos.
As refeições em Santo André, quase sempre preparadas pelos proprietários das pousadas locais, agradam pela sua simplicidade.
As noites são de uma calma quase que absoluta. Com o término do funcionamento das balsas às dez da noite, os privilegiados que conseguiram um lugar na vila, ficam quase que isolados do mundo.
A arquiteta Elizabeth Goldfarb, que passou o último carnaval em Santo André e que volta para a vila nesse Réveillon, diz que o lugar é muito especial. "Tudo por lá é rústico mas extremamente bem cuidado. As pessoas que resolveram mudar para a vila são tipos humanos bárbaros."
O médico Ricardo Bacarelli, que passou uma semana em Santo André em janeiro passado, gostou mesmo da calma e da privacidade da praia.
Difícil mesmo é arrumar lugar para ficar em Santo André. Cinco pousadas oferecem pouco mais de 30 "apartamentos" e bangalôs para uma pequena legião de habitués.
Se você pretende passar esse réveillon por lá, corra. Uma das pousadas está com seus seis apartamentos reservados há quase um ano. As demais não têm mais lugares há quase dois meses.
Uma alternativa é tentar alugar alguma das poucas casas disponíveis ou negociar um quarto bastante simples na casa de um pescador.
O preço das diárias nas pousadas varia de R$ 50 a R$60 por casal, com direito ao café da manhã.

ONDE FICAR: Pousada Ponta de Santo André: (073) 288-1030. Gaili Club: (073) 282-1152. Pousada Tribo da Praia: (073) 282-1002. Fazenda Amendoeira: (073) 282-1142.

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