São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Futebol brasileiro merecia um campeonato melhor

A fase classificatória do Campeonato Brasileiro vai chegando ao seu final e o equilíbrio entre os times ainda é muito grande.
O regulamento e os três pontos dados para quem obtém a vitória dão mais esperanças de classificação a todos os participantes.
Equipes que começaram mal estão reagindo e podem até mesmo garantir lugar nas semifinais. É o caso do Corinthians.
Cruzeiro e Fluminense, que se classificaram no primeiro turno, caíram de produção, em uma espécie de relaxamento natural, o que não deveria ocorrer.
Afinal, a fase decisiva vai pegar fogo e todas as equipes têm que estar muito bem preparadas.
Talvez esses dois times se desinteressaram pelo segundo turno, pois, se eles o conquistassem, não teriam muita vantagem na etapa decisiva. Apenas um ponto extra.
Acredito que os dois novos classificados no segundo turno estarão mais embalados na decisão e terão mais chances de ganhar o título.
Entre os times com possibilidade de classificação, neste momento, destaco dois: o Botafogo e o Goiás.
Os jogadores do time carioca conseguiram se unir nos momentos mais difíceis, com salários atrasados, por exemplo.
E estão superando tudo. A equipe vem fazendo uma boa campanha durante todo o campeonato.
Já o Goiás, trata-se de um time certinho. Joga um futebol descontraído, gostoso de se ver, e, ao mesmo tempo, competitivo. Tem jogadores experientes.
Times como Palmeiras e Corinthians, tiveram muitos altos e baixos durante o torneio e acredito que os mais regulares na competição levarão vantagem.
De qualquer forma, o Campeonato Brasileiro deste ano ainda deixa um pouco a desejar.
Não pelo nível técnico das equipes, que tem sido bom.
Mas entendo que o futebol brasileiro merecia um campeonato melhor.
Os campos continuam muito ruins.
As arbitragens, mais uma vez, estão influenciando nos resultados e os maus juízes permanecem impunes.
O calendário apertado também compromete o nível do torneio -quatro meses para um Campeonato Brasileiro é um período muito limitado.
Os jogos se acumulam, tornam-se deficitários e, assim, fica difícil cobrar um bom desempenho dos jogadores.
Temos que inverter as prioridades.
Os campeonatos regionais não podem ser mais longos que o nacional.

Telê Santana é técnico do São Paulo e escreve na Folha aos domingos

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