São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Venda fraca faz importador dar desconto

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise no mercado de carros importados não pode ser creditada somente ao aumento da alíquota de importação e às medidas de restrição ao crédito adotadas pelo governo no primeiro semestre.
A alíquota de 70% aumentou os preços em até 30%. Mas, hoje, poucas importadoras calculam seus preços com base nessa alíquota.
"O mercado não pagou o aumento", explica Sérgio Habib, presidente da XM, importadora Citroën. Para atrair o consumidor, quase todas as marcas ignoraram o aumento e passaram a calcular seus preços como se o imposto fosse de 32%.
O Citroën Xantia SX, por exemplo, custava U$ 37,5 mil, em janeiro. Com o aumento do imposto de importação, em abril, subiu para U$ 44 mil. Hoje é vendido por R$ 36,5 mil.
No mesmo caminho, a Toyota reduziu o preço do Corolla em R$ 7 mil: de R$ 34,7 mil, no início do ano, passou para R$ 43,3 mil. Hoje custa U$ 36,1 mil. A promoção esgotou o estoque da marca.
No caso da Honda, "os preços estão menores que no primeiro trimestre, quando a Honda bateu recorde de vendas", afirma Luis Magalhães, gerente comercial da concessionária Sudmotor.
Até os luxuosos Audi entraram na fase dos descontos. O A6 deveria custar U$ 88 mil, mas é vendido por U$ 82 mil e "com uma chorada cai até mais 10%", garante Robinson Ramanholli, gerente da Senna Import.
Além disso, os prazos de financiamento das importadoras chegam a 36 meses e os juros estão abaixo da média do mercado.
É o caso da Mitsubishi, que está vendendo alguns modelos em 36 meses, sem entrada e com juros mensais de 1,5%.
A Nissan está parcelando em 18 vezes com juros de 2,6% ao mês. O gerente comercial Massani Kobo garante que a promoção deu resultado. "A linha Sentra acabou e temos poucas picapes."
Mesmo com todas as promoções, os estoques continuam altos e muitas importadoras têm carros para mais cinco meses. Portanto, a linha 96 só deve chegar em março ou abril, quando as promoções devem acabar e os preços voltarão a subir, já que o governo deve manter a alíquota em 70%.

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