São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Começa a funcionar serviço para caronas

DA REPORTAGEM LOCAL

Já está funcionando em São Paulo um serviço telefônico para organizar grupos de carona. Pelo número 900-0129, o usuário deixa seu endereço, telefone e itinerário em um banco de dados. O Clube da Carona cruza as informações com as dos outros usuários e checa se é possível formar um grupo.
A ligação custa pouco mais de R$ 2,00. "Grande parte dos motoristas disse estar disposta a formar grupos de carona durante a semana do rodízio", afirmou o empresário Júlio César Demarchi, idealizador do Clube da Carona.
Em agosto, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente coordenou o rodízio na Grande São Paulo. A cada dia da semana, carros com final de placa determinado não deveriam circular.
Para o gerente de Planejamento Estrutural da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Carlos Campos, formar grupos de carona é uma idéia interessante, mas o resultado prático disso é questionável. "Carona não é a solução para a cidade", afirmou Campos.
"De maneira geral, as pessoas têm horários fixos de manhã, mas não à tarde", disse o técnico da CET. "Para a pessoa que está esperando meia hora parece muito tempo."
Em algumas cidades do Hemisfério Norte, como Los Angeles (EUA), os carros com mais de um ocupante têm faixas exclusivas. A medida tem como objetivo motivar o transporte solidário.
Em São Paulo, seria difícil adotar essa política, de acordo com Campos. "35% dos carros que passam na 23 de Maio têm dois ou mais ocupantes. Se você adotar uma faixa exclusiva para eles a faixa ficaria saturada."
O auxiliar administrativo Silvio Padilha, 23, reclama do excesso de carros ocupados apenas pelo motorista.
Padilha reveza com outras três pessoas a responsabilidade pelo transporte do grupo.
Eles levam mais de uma hora para ir da Vila Califórnia (zona sul) até a região da avenida Paulista. O grupo divide a gasolina. "Seria bem melhor se todo mundo fizesse isso."
"Se você olha dez carros na sua frente, os dez estão só com o motorista", critica Padilha.

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