São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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As donas da bola

CIDA SANTOS

A Copa do Mundo, disputada no Japão, mostrou mais uma vez que Cuba e Brasil são os donos da bola no vôlei feminino.
A diferença dessas duas seleções em relação às outras nove participantes foi flagrante. As cubanas foram campeãs invictas e perderam apenas três sets. As brasileiras ganharam 9 dos 11 jogos disputados por 3 sets a 0. A turma de Ana Moser só perdeu de Cuba.
Mas, para a Olimpíada de Atlanta, pelo menos mais dois personagens deverão entrar em ação e ameaçar o império latino-americano: Estados Unidos e Rússia, que terminaram esta temporada em baixa total.
As norte-americanas foram a maior decepção da Copa do Mundo. Está certo que elas já estavam com a vaga garantida na Olimpíada e ainda tinham dois desfalques: as atacantes Teee Williams e Paula Weishoff. Mas mesmo assim não dá para entender como uma seleção que em setembro foi campeã do Grand Prix pôde terminar em sétimo lugar na Copa do Mundo.
A Rússia tem tradição de vitórias no vôlei feminino. Talvez, por isso -mesmo quando o time tropeça feio, como nesta temporada, e, pela primeira vez na história, não consegue nem a classificação para a Copa do Mundo-, fica a dúvida no ar: será que no próximo ano elas vão dar a volta por cima?
A Copa do Japão mostrou uma seleção que deve crescer muito até a Olimpíada: a Croácia. O time tem Irina Kirilova, a levantadora que deslumbrou o mundo no Campeonato Mundial de 90 comandando a então URSS na conquista da medalha de ouro. A Croácia também conta com a maior revelação do torneio: a atacante Barbara Jelic, dona da média impressionante de 13 pontos por jogo.
Quanto ao Brasil, quem melhor definiu a seleção foi a técnica da China, a ex-jogadora Lang Ping. Ela chamou as brasileiras de "superstars do vôlei". Quem acompanhou os jogos pela televisão pôde entender o que a chinesa quis dizer. Repetindo as jogadas em três ângulos diferentes, as câmeras japonesas deram a verdadeira dimensão das variedades de ataques do time brasileiro.
Você sabe: Cuba tem a força física de atacantes perfeitas como Mireya Luis, Magaly Carvajal e Regla Torres. O Brasil tem Fernanda Venturini, uma levantadora cada vez mais primorosa, com muita velocidade na mão e uma variedade de jogadas que nenhuma outra seleção possui. É esse o confronto que estará em jogo em Atlanta.

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