São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995 |
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Israel tem movimento como 'caras-pintadas'
OTÁVIO DIAS
Embora não tenham tido a boa idéia de pintar o rosto com as cores da bandeira nacional (azul e branco) os jovens saíram em massa às ruas para demonstrar apoio ao processo de paz idealizado e conduzido por Rabin. Quando o estudante de direito Yagal Amir, 25, cometeu o atentado contra o primeiro-ministro, sua intenção foi colocar um ponto final no processo de paz entre Israel e seus vizinhos árabes. A questão toda tem um fundo religioso. O choque provocado pelo assassinato de Rabin fez a população do país, e em especial os jovens, acordar para a importância da política de paz do primeiro-ministro. "Os jovens ficaram devastados com a morte de Rabin, porque perceberam que ele representava a esperança de paz, o que, para a juventude, significa não ter de ir para a guerra", disse a cientista política Galia Golan, professora da Universidade Hebraica de Jerusalém. O estudante Joey Simhon, 17, confirmou a tese de Golan. "No ano que vem, começarei o serviço militar e não quero ser mandado para o Líbano ou para os territórios ocupados", afirmou. Há dois domingos, cerca de 250 mil pessoas participaram de uma manifestação pela paz na mesma praça onde Rabin foi morto. A praça, no centro de Tel Aviv, foi rebatizada com o nome do primeiro-ministro. Os jovens eram maioria. Durante mais de três horas, cantaram, agitaram bandeiras eacenderam velas e incensos, num clima de tristeza, mas, ao mesmo tempo, de união por um futuro sem guerra. Hoje, todos estão aqui para deixar bem clara, nossa posição", afirmou a estudante Sharon Dotan, 19, moradora de um kibutz. Texto Anterior: Teens preferem paz a "guerras santas" Próximo Texto: Adolescentes judeus de SP querem paz Índice |
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