São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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Obra em avenida pára até remoção de favela

DA REPORTAGEM LOCAL

As obras da avenida Águas Espraiadas na região da favela "Levanta Saia", na zona sul, onde um menino de 13 anos morreu soterrado na semana passada, vão ser paralisadas até que todos os moradores sejam removidos.
A promessa foi feita ontem pelo assessor da Secretaria de Vias Públicas Jairo Pereira a uma comissão de moradores da favela.
Segundo Pereira, cerca de 260 famílias ainda estão na favela e devem ser removidas. Os moradores devem escolher entre uma indenização de R$ 1.500,00 ou a mudança para casas que a prefeitura está construindo em Cidade Tiradentes, na zona leste. De acordo com a prefeitura, as casas devem estar prontas em 30 dias.
Segundo Luis Silva, 35, presidente da Associação de Moradores da favela, a prefeitura havia dado inicialmente um prazo até o dia 25 para a desocupação da área.
Isaías Mariano de Oliveira, 33, pai de Elias Mariano de Oliveira Sobrinho, 13, que morreu soterrado por um deslizamento de terra provocado por uma escavadeira, reclamou da falta de apoio depois do acidente. "Sumiu todo mundo", disse.
Oliveira disse que vai entrar com uma ação contra as construtoras OAS e Mendes Júnior, responsáveis pela obra, pedindo R$ 20 milhões de indenização pela morte do filho. As empresas foram procuradas, mas não quiseram comentar o assunto.
Protesto
Cerca de 200 moradores da favela fizeram uma passeata ontem à tarde para protestar contra a morte de Elias e contra a falta de condições de moradia.
Eles fecharam duas faixas da avenida Washington Luís, em frente à favela, por cerca de cinco minutos. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), não houve prejuízo ao trânsito na região.

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