São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995 |
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Caem as vendas a prazo e à vista em SP
FÁTIMA FERNANDES
O consumidor continua desestimulado a gastar. No último final de semana as vendas a prazo caíram 14,5% e à vista, 4,1%, sobre o final de semana anterior. Os números são da Associação Comercial de São Paulo. A venda a prazo é medida pelo número de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e à vista, pelo número de consultas ao Telecheque. "O consumidor, mais cauteloso, não está antecipando as compras de Natal. O medo do desemprego é cada vez maior. ", diz Emílio Alfieri, economista da associação. Na sua análise, as lojas fecham novembro com queda de 2% a 3% nas vendas na comparação com outubro. "O comércio não está nada animado." A Zarty, especializada em eletroeletrônicos, registra neste mês venda 40% menor do que a do mês passado. Mauro Zucato Filho, proprietário, acha, porém, que a situação reverte até o final deste mês por conta do pagamento da primeira parcela do 13º salário. "Hoje (ontem) já vendemos muito bem." Ele espera fechar novembro com vendas 20% maiores do que as de outubro. No Shopping Penha o movimento no último final de semana foi 14% menor do que no anterior. No último sábado e domingo, 102 mil pessoas visitaram o shopping. No final de semana anterior este número chegou a 120 mil. "Esperávamos 115 mil pessoas, no mínimo, neste final de semana", diz Wagner Geraldes, superintendente. Ele espera maior movimento a partir de dezembro, quando o Penha vai sortear um carro Fiesta por semana. Os lojistas da rua Oscar Freire, no Jardins, decidiram esticar prazos de pagamento, dar descontos na compra com cartão de crédito e fechar mais tarde para aumentar o consumo. Desde ontem algumas lojas vendem em até cinco vezes, aceitam dois cheques para vencimento dia 20 de dezembro e 20 de janeiro ou dão descontos de 5% a 10% na compra com cartões. Também vão fechar as portas durante a semana às 20h e não mais às 19h. Aos sábados ficarão abertas até às 18h. Até agora elas fechavam às 14h. "Parece que o consumidor vai atrasar as compras neste ano", diz Nina Bastos, proprietária da Trilha Arte Contemporânea, galeria de arte da rua Oscar Freire. Para fazer o consumidor gastar, diz ela, a sua galeria está fazendo uma promoção com objetos de arte que custam de R$ 10 a R$ 1.000. Nos cálculos dos economistas da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, as vendas neste mês ficarão próximas das de outubro. "Não há motivo para o consumidor gastar mais", diz Oiram Corrêa, economista da federação. Texto Anterior: Bradesco e grupo belga podem comprar Nacional Energética Próximo Texto: Taxa de inflação recua para 1,27% Índice |
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