São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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ONU estuda fim de sanções à Iugoslávia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Conselho de Segurança da ONU planeja votar a suspensão das sanções econômicas contra a Iugoslávia (Sérvia e Montenegro), como impulso às negociações que ocorrem em Dayton (EUA).
O órgão também deve considerar o fim do embargo de armas contra a Bósnia.
A venda de armas ao país seria retomada em etapas, após a assinatura de um acordo de paz.
Uma reunião de emergência do conselho foi cancelada anteontem sem que as propostas tivessem sido apresentadas formalmente.
Diplomatas disseram que os negociadores de Ohio pediram o adiamento. Outras fontes afirmaram que os Estados Unidos querem a conclusão das negociações de Dayton antes da discussão de resoluções pelo conselho.
Segundo um dos negociadores, o presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, exigiu a apresentação da proposta de fim das sanções antes de um possível acordo.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas suspenderia indefinidamente as sanções comerciais contra a Iugoslávia.
O embargo poderia voltar em caso de violação de um eventual acordo de paz.
Os sérvios da Bósnia continuariam sob o efeito de sanções até que seja comprovada sua retirada para "zonas de separação" a serem definidas pelo acordo de paz.
A Iugoslávia sofre sanções internacionais desde 1992. O governo de Belgrado apóia os sérvios da Bósnia.
O embargo de armas contra o governo muçulmano da Bósnia seria suspenso por seis meses.
A venda de armamento pesado poderia ser permitida após este período.
A Iugoslávia recebeu ontem o primeiro carregamento de óleo combustível desde a entrada em vigor das sanções econômicas.
Segundo a agência de notícias iugoslava "Tanjug", um navio russo descarregou 311 toneladas de óleo no porto de Belgrado.
O carregamento será usado em centros de assistência a refugiados e para outros fins humanitários.
A ONU autorizou a venda de óleo e gás natural para o país em quantidades limitadas, durante seis meses.
Os produtos só podem ser usados para fins humanitários. Inspetores das Nações Unidas vão fiscalizar seu uso.
Segundo estimativas do governo, o embargo contra Sérvia e Montenegro já ocasionou perdas estimadas entre US$ 100 bilhões e US$ 150 bilhões.

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