São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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"Nem acredito que não aconteceu nada comigo"

Taxista sai ileso de acidente; 2 entram em estado de choque

DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas e os passageiros dos dois carros que foram atingidos pela queda do avião sofreram apenas algumas queimaduras e ferimentos leves.
O avião caiu em cima da traseira de um Monza e na parte dianteira de um táxi.
O passageiro do Monza, o advogado José Luiz de Melo Silva, 41, foi o mais atingido.
Ele teve queimaduras no braço e no joelho direitos, no pescoço e na testa. Seu rosto também ficou bastante inchado devido aos ferimentos.
O motorista do Monza, Raul Bossle Caminha, 34, teve apenas parte do cabelo e da sobrancelha queimados. Os dois trabalham para uma corretora de seguros. Eles foram atendidos no PS Santana e, segundo os policiais que os socorreram, estavam em estado de choque.
O motorista do táxi, Salvador de Oliveira Melo, 53, saiu totalmente ileso.
"Nem acredito que não aconteceu nada comigo. De repente vi um avião batendo no poste e caindo em cima da gente, pegando fogo. Achei que fosse morrer e só consegui pensar em Deus na hora", disse.
O passageiro do táxi, Alexandre Amâncio, 15, teve queimaduras nas costas. Ele estava indo de Santana à marginal Tietê fazer compras para a banca de jornal de um amigo.
"Nós não tínhamos ouvido o barulho do avião caindo porque o motor estava desligado. Só vi quando bateu no poste e nos fios. Então começou a pegar fogo e caiu em cima da gente."
Assim que o avião caiu, o motorista do táxi saiu do carro e tentou puxar Amâncio, mas o garoto ficou preso pelo cinto de segurança.
"Quando ele me puxou, não consegui sair porque estava com o cinto. Enquanto tentava tirar, ouve outra explosão e o fogo veio em cima de mim e queimei as costas e o pescoço."
Amâncio afirmou que, assim que conseguiu deixar o carro, passou a pedir socorro para as pessoas que estavam na rua, mas ninguém parou para socorrê-los.
"Nessa hora, vi uma moça da CET e saí correndo atrás dela, só então fui levado ao hospital."

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