São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Para Covas, solução do Banespa é iminente

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A renegociação da dívida do Estado de São Paulo com o Banespa -aproximadamente R$ 13 bilhões- poderá estar concluída em breve. "As discussões nunca estiveram tão perto de uma solução", disse ontem à Folha o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB).
Ele esteve com o presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir os prazos e a forma para a renegociação da dívida. Segundo Covas, é preciso agora acertar as opções de pagamento da dívida e concluí-las antes do fechamento dos balanços do governo do Estado e do banco.
Com isso, os termos e os valores acertados ficariam incluídos nos balanços de 1995. "Vejo uma luz no fim do túnel e, pela primeira vez, estamos pressionados pelo tempo."
Covas quer pressa para finalizar a negociação porque precisa ter a aprovação da Assembléia Legislativa para vender bens do Estado para quitar parte da dívida.
Ele continua insistindo na proposta de que metade dos R$ 13 bilhões sejam pagos com a venda de imóveis de propriedade do Estado -aeroporto e prédios, por exemplo- e o restante seja financiado pelo Tesouro Nacional. Ou seja, o Tesouro daria um financiamento para o governo paulista quitar o restante da dívida com o Banespa.
A idéia é que o Banespa, mesmo depois de renegociada a dívida, continue sob Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do Banco Central até que as contas sejam totalmente regularizadas. A administração combinada do governo do Estado com o BC também daria mais credibilidade ao Banespa diante de seus clientes, que fizeram muitos saques depois que foi decretado o Raet.
Covas defende que o refinanciamento de metade da dívida seja feito no mesmo modelo da renegociação da dívida externa brasileira: prazos mais longos e juros mais baixos. Ele disse que o prazo pode ficar entre 20 e 30 anos e as taxas de juros oscilem entre 4% e 7%.
Ele também não descartou a possibilidade de autorização do governo federal ao governo do Estado para um financiamento externo. Com isso, em vez do empréstimo de R$ 6,5 bilhões ser concedido pelo Tesouro, sairia de bancos estrangeiros.
Covas esteve também com o secretário de Política Econômica da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, e almoçou com o ministro José Serra (Planejamento) e Sérgio Motta (Comunicações).

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