São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Estimativa é de 4,5 milhões de diabéticos no país

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

A maior parte dos diabéticos não necessita de insulina para controlar a sua taxa de açúcar.
Eles fazem parte do grupo de pessoas que começaram a apresentar os sintomas da doença na idade adulta (diabetes tipo 2). Estima-se que 85% a 90% dos diabéticos apresentam essa forma da doença -com uma clara herança genética.
Os diabéticos do tipo 2 têm, em geral, mais de 40 anos, levam vida sedentária, estão com o peso acima do normal e seu pâncreas continua a produzir a insulina.
Muitas vezes, medidas simples como emagrecer, levar uma vida mais saudável e seguir uma dieta sem açúcar livre podem controlar os níveis de glicose no sangue.
O segundo passo na tentativa do controle da doença é o uso de comprimidos (hipoglicemiantes orais). Simão Lottenberg explica que esse tipo de medicação estimula o pâncreas a produzir mais insulina e, secundariamente, melhora a utilização do hormônio pelas células do organismo.
Dois novos hipoglicemiantes orais também devem ser lançados no Brasil nos próximos meses. Eles foram apresentados aos médicos no congresso de diabetes.
Em geral, as pessoas que vão precisar usar insulina são os diabéticos que começaram a apresentar a doença na infância (tipo 1).
O pâncreas (provavelmente, após uma infecção viral) passa a sofrer de uma incapacidade parcial ou total de produzir o hormônio, que deve então ser fornecido aos pacientes sob a forma de injeções.
O Ministério da Saúde estima que existam cerca de 4,5 milhões de diabéticos no país.
Destes, pouco mais da metade sabe que têm a doença. Os outros desconhecem o diagnóstico e acabam sofrendo as complicações do diabetes (cegueira, amputações de membros inferiores, doença coronariana e insuficiência dos rins).
(JB)

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