São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Emprestam minhas roupas

DA REPORTAGEM LOCAL

Ela está tão íntima, depois de algum tempo de namoro, que se acha no direito de emprestar as roupas dele para as amigas. É o tipo de mulher que o empresário Adriano Mariutti, 28, dispensa.
"Tenho muito ciúme das minhas coisas", diz. "Considero esse tipo de atitude a maior invasão de privacidade."
Adriano conta que já teve uma camiseta transformada em pijama.
"Minha ex-namorada emprestou a camiseta para a irmã dela, sem me consultar. Um dia, na casa delas, percebi que a tal irmã usava a camiseta para dormir", conta.
"Dei a entender que não havia gostado, em tom de brincadeira, mas ela não se tocou", diz. "Considerei um caso perdido."
Com o músico Haroldo Oliveira, a peça repassada era mais íntima ainda.
"Emprestei uma cueca para a minha namorada, porque ela foi dormir lá em casa e não tinha calcinha reserva", conta.
"Um tempo depois vi a cueca no varal da casa de uma amiga dela", diz.
Oliveira lembra que se sentiu estranhamente desprezado. "Eu achei que ela ia dar mais valor à minha cueca", diz.
O advogado José Roberto Moraes Amaral, 30, diz que já foi vítima desse tipo de "apropriação" muitas vezes.
"Agora mesmo estou sem malha. Emprestei a que costumo usar para minha namorada e ela não me devolveu. Disse que estava com uma amiga", conta.
José Roberto não se conforma."Não custa nada perguntar o valor afetivo que o objeto tem para a gente", diz.

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